Vaca Muerta foi descartado por não apresentar vantagens. Haddad disse na Fiesp que BNDES dará atenção a outros projetos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (imagem), declarou nesta segunda-feira (30), em reunião com os diretores da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que as obras do gasoduto de mil quilômetros a partir Vaca Muerta, na Argentina, dispensarão o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 467 quilômetros. É um recuo tranquilizador, já que a intenção anunciada por Lula em sua visita à Argentina desagradou o setor produtivo por dois motivos: possibilidade de calote do vizinho e a real necessidade de aportar recursos em obras de infraestrutura no Brasil. Sem contar que o gás de xisto extraído de jazidas do norte da Patagônia é mais poluente que o empregado no Brasil.
Não haveria necessidade alguma do gás argentino, já que há ofertas com acessos garantidos para atender, principalmente, a indústria química. “Com a queda da produção de gás da Bolívia, não vai faltar demanda de gás no Brasil, mesmo que a gente não desperdice mais o gás do pré-sal”, disse.
“Acho que em alguns casos específicos, como é o caso do potássio e como é o caso do gás argentino, [faz sentido]pensarmos em parcerias que somem pelos dois países sem criar nenhum tipo de conflito. Estes são projetos sustentáveis do ponto de vista econômico e que eventualmente nem devem precisar de financiamento público. Acho que Vaca Muerta mesmo é um projeto que talvez dispense esse tipo de financiamento”, disse o ministro.