Presidente do BC afirmou que agirá conforme necessário para garantir que a inflação atinja a meta
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a autoridade monetária está preparada para elevar a taxa Selic caso os dados econômicos justifiquem essa medida. Durante um evento promovido pelo Banco Barclays nesta sexta-feira (16), Campos Neto destacou que todos os diretores do Banco Central estão alinhados com o discurso oficial de que farão o necessário para atingir a meta de inflação, sem comprometer-se com diretrizes específicas para os próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Reforçamos que não estamos dando nenhuma orientação específica, mas agiremos conforme necessário para garantir que a inflação atinja a meta. Se for preciso, aumentaremos a taxa de juros”, afirmou Campos Neto.
O Banco Central, em sua última ata do Copom, destacou a necessidade de cautela diante das condições econômicas domésticas e internacionais. O documento aponta que, se os impactos inflacionários decorrentes de movimentos de mercado se mostrarem persistentes, a instituição pode considerar duas alternativas: manter a taxa de juros por um período prolongado ou elevá-la, caso seja necessário para assegurar a convergência da inflação à meta.
Meta flexível
O atual nível da taxa Selic foi criticado várias vezes pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos meses, que questiona seu impacto no crescimento da economia e na geração de emprego, assim como por integrantes do PT.
Na última quinta-feira (8), o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que “todos diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]”.
Galípolo foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é cotado para ser o próximo presidente da instituição a partir de 2025.
“Se por acaso, o poder democraticamente eleito [governo federal] conviver com uma economia onde seja necessário um esforço de política monetária inferior [juro menor] ao esforço necessário para persecução de uma meta de 3% há uma maneira institucional legal, objetiva e simples para que o poder democraticamente eleito transfira esse comando ou orientação para a autoridade monetária, que é o decreto da meta de inflação. Você altera a meta de inflação”, afirmou Galípolo, na ocasião.