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China anuncia maior pacote de estímulos desde a covid

Medidas incluem cortes nas taxas de juros, injeção de 1 trilhão de yuans, com incentivos ao setor imobiliário e ao mercado de capitais

O Banco do Povo da China (PBoC) revelou nesta terça-feira (24) o maior pacote de estímulos à economia desde o início da pandemia, com o objetivo de revitalizar o crescimento econômico e combater a ameaça de deflação. As novas medidas, que incluem cortes nas taxas de juros e no coeficiente de reserva obrigatória (RRR), vêm em resposta às dificuldades que o país enfrenta para alcançar a meta de crescimento de 5% estabelecida pelo governo.

Entre as principais ações anunciadas, destacam-se a redução das taxas de juros para empréstimos de curto prazo, com a taxa de sete dias sendo fixada em 1,5%, e a injeção de 1 trilhão de yuans (equivalente a R$ 773,8 bilhões) no sistema financeiro. A redução de 0,50 ponto percentual no coeficiente de reserva obrigatória permitirá que os bancos aumentem sua capacidade de empréstimos, ajudando a estimular a economia.

Apesar dessas medidas, a fraca demanda por crédito continua sendo um obstáculo significativo para a retomada econômica, refletindo a cautela dos investidores e consumidores diante da atual conjuntura.

Foco no setor imobiliário

Um dos principais focos do pacote de estímulos é o mercado imobiliário, que enfrenta uma grave crise desde 2021. O governo chinês pretende aliviar a pressão sobre o setor, oferecendo cortes de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros das hipotecas existentes e reduzindo o valor mínimo de entrada para a compra de imóveis para 15%. No entanto, os desafios persistem, já que os preços dos imóveis caíram em agosto ao ritmo mais rápido dos últimos nove anos, indicando que a demanda por novas habitações segue em baixa.

Incentivos ao mercado de capitais

Outra frente do pacote envolve o fortalecimento do mercado de capitais. O PBoC anunciou um programa de swap no valor de 500 bilhões de yuans (R$ 386,3 bilhões) para facilitar o acesso a recursos por parte das instituições financeiras, além de disponibilizar até 300 bilhões de yuans (R$ 231,7 bilhões) em empréstimos para financiar a compra de ações e recompras. O objetivo é aumentar a liquidez no mercado de ações e incentivar a recuperação desse setor.

Desafios persistem

Embora o pacote represente um esforço significativo, analistas indicam que será necessário um estímulo fiscal mais robusto para sustentar o crescimento econômico no longo prazo. Instituições como o Goldman Sachs e o UBS já reduziram suas previsões de crescimento para a China em 2024, e espera-se que o Banco Central chinês continue a flexibilizar sua política monetária nos próximos meses.

De acordo com Julian Evans-Pritchard, chefe de pesquisa econômica para a China na consultoria Capital Economics, o pacote anunciado é um passo na direção certa, mas deverá ser complementado com novas medidas fiscais para gerar um impacto mais profundo na economia.


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