Fechamento do mercado chinês durou cerca de um mês
O governo chinês acaba de dar luz verde à entrada de milhares de toneladas de carne bovina brasileira que estavam retidas nos portos do país desde a confirmação de um caso de doença da vaca louca no Pará, em 22 de fevereiro. Os carregamentos, estimados em até 70 mil toneladas, encontravam-se parados nos portos chineses aguardando uma solução para um impasse relacionado a um embargo anterior decorrente de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “vaca louca”, no Brasil.
O fechamento do mercado chinês para a carne brasileira durou cerca de um mês. Em 23 de março, as exportações brasileiras de carne bovina foram completamente retomadas. A situação levou até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a telefonar para seu colega chinês, Xi Jinping, numa tentativa de resolver o impasse, conforme revelado pelo próprio governante brasileiro durante um evento na Bahia no início de junho.
No entanto, Pequim vinha impedindo o desembaraço aduaneiro da carne que chegou aos portos chineses com data de abate posterior ao registro do caso de vaca louca no Pará e anterior à reabertura do mercado. Agora, toda a carne armazenada nos portos chineses recebeu permissão para entrar no país.
Segundo autoridades brasileiras, isso significa a liberação de aproximadamente 40 mil a 50 mil toneladas que estavam retidas, o que corresponde a um valor estimado em US$ 1 bilhão, de acordo com o Ministério da Agricultura.
Com a liberação aduaneira e a autorização efetiva de entrada no mercado chinês, os exportadores brasileiros poderão considerar concluída a entrega do produto e finalmente receber o pagamento das vendas.
Essa liberação beneficia principalmente os pequenos e médios frigoríficos, conforme fontes do governo. A carne bovina, desde que devidamente refrigerada, pode ser preservada e manter sua qualidade por até 180 dias, ou seja, o produto desembaraçado está próprio para consumo.
O Ministério da Agricultura foi informado sobre a liberação pela Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC) no final da noite de segunda-feira (26).
O caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, registrado em fevereiro, foi atípico, ou seja, não houve transmissão entre o rebanho e a doença surgiu organicamente em um animal mais velho.
Em maio, o Brasil exportou cerca de 170 mil toneladas de carne bovina in natura para diversos destinos, representando um aumento de aproximadamente 16 mil toneladas em comparação ao mesmo mês de 2022.
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