Primeiro-ministro Li Qiang apresenta plano econômico no Congresso Nacional do Povo, destacando medidas para impulsionar a economia chinesa
A China reafirmou sua meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para 2025, apesar das crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos. O plano foi apresentado nesta quarta-feira, 5, pelo primeiro-ministro Li Qiang durante o Congresso Nacional do Povo, indicando uma postura mais agressiva do governo para estimular a economia.
Para viabilizar a expansão, Pequim ampliou a meta de déficit orçamentário para 4% do PIB, o maior nível desde 1994, superando os 3% estabelecidos nos anos anteriores. A estratégia inclui um aumento nos gastos públicos, com a emissão de 1,3 trilhão de yuans (equivalente a US$ 180 bilhões) em títulos soberanos de longo prazo e subsídios para impulsionar o consumo interno.
Segundo Li, alcançar o crescimento projetado é essencial para “estabilizar o emprego, prevenir riscos e melhorar o bem-estar da população”, além de atender às metas de desenvolvimento econômico de longo prazo.
Pressão externa e medidas de estímulo
A meta de crescimento foi definida em um cenário de desafios para as exportações chinesas, impactadas por um aumento de 20% nas tarifas dos EUA sobre produtos do país. Para conter os efeitos da desaceleração global, o governo chinês também estabeleceu uma meta de inflação de 2% para 2025, a mais baixa desde 2003.
Além disso, Pequim anunciou um pacote de estímulos, incluindo 4,4 trilhões de yuans em títulos especiais para investimentos em infraestrutura, superando os 3,9 trilhões destinados a esse setor em 2024. Outra iniciativa prevista é um programa de incentivos ao consumo, com 300 bilhões de yuans em subsídios voltados para a compra de veículos elétricos e eletrodomésticos.
Apesar das medidas, economistas alertam que o impacto dos estímulos pode ser limitado diante da persistente queda da demanda global e da deflação que atinge a economia chinesa.