Em meio a uma crise no setor imobiliário, alto desemprego juvenil e desaceleração global, o governo reconhece as dificuldades em alcançar a meta
A China definiu nesta terça-feira (5) uma meta “desafiadora” de crescimento do PIB de 5% para 2024, buscando impulsionar a economia após a desaceleração do ano passado. O objetivo, considerado ambicioso por analistas, acompanha o ritmo de 2023, mas fica abaixo dos patamares históricos do país.
Em meio a uma crise no setor imobiliário, alto desemprego juvenil e desaceleração global, o governo chinês reconhece as dificuldades em alcançar a meta. “Devemos trabalhar duro e mobilizar esforços”, disse o primeiro-ministro Li Qiang na abertura da Assembleia Popular Nacional (APN).
Prioridade à segurança
Para 2024, o orçamento militar da China também foi elevado em 7,2%, para US$ 231,4 bilhões, o segundo maior do mundo. O foco na segurança nacional se intensifica em um momento de tensões geopolíticas na região, como as disputas por Taiwan e o Mar da China Meridional.
Para Ho-fung Hun, professor de Economia Política da Johns Hopkins University, a China parece priorizar a segurança nacional em detrimento da economia. “Isso pode ajudar o partido-Estado a suportar a crise econômica, mas não vai ajudar a economia em si”, avalia.
Medidas para estimular a economia
Para impulsionar o crescimento, o governo chinês prometeu:
- Reduzir taxas alfandegárias em alguns produtos tecnológicos;
- “Abrir novos caminhos” para o comércio exterior;
- “Continuar com o progresso e garantir a estabilidade” da economia.
Reunião anual da APN
A meta de crescimento e os planos para o ano foram anunciados durante a “Duas Sessões”, a reunião anual da APN e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). As decisões importantes já foram definidas em encontros privados do Partido Comunista, mas os discursos e debates oferecem pistas sobre as prioridades do governo para 2024.
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