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Chocolates da Amazônia ganham espaço com produção sustentável

Empreendimentos como a Warabu e a Ïapó Cacau, fundados por produtores locais, utilizam o cacau cultivado na floresta em seus produtos

A produção de chocolate na região amazônica tem ganhado destaque como alternativa sustentável, aliando práticas agroflorestais, uso de ingredientes nativos e valorização do conhecimento tradicional. Pequenos produtores da região, com apoio de programas como o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), estão inseridos em um mercado crescente de chocolates premium.

Empreendimentos como a Warabu e a Ïapó Cacau, fundados por produtores locais, utilizam o cacau cultivado na floresta em seus produtos. A empresária amazonense Linda Gabay, responsável pelas duas marcas, afirma que a proposta é manter “relações diretas e justas com pequenos produtores, promovendo capacitação e certificação para garantir qualidade e sustentabilidade”.

Um dos produtos disponíveis nesta Páscoa é o ovo de chocolate 60% cacau, trufado com geleia de cupuaçu e castanha-do-brasil, com 450 gramas e preço de R$ 125,00. De acordo com a empresária, “nesta Páscoa, optar por chocolates que carregam histórias de impacto positivo é uma forma de celebrar de maneira mais consciente”.


Ovo trufado com geleia de cupuaçu e castanha-do-brasil da Warabua. Foto: Divulgação
Ovo trufado com geleia de cupuaçu e castanha-do-brasil da Warabua. Foto: Divulgação
Busca por chocolates premiums

O crescimento da demanda por chocolates amargos no Brasil, que aumentou 35% nos últimos cinco anos, reflete uma tendência de mercado voltada para escolhas mais saudáveis e ambientalmente responsáveis. A busca por chocolates premium e rastreáveis tem crescido cerca de 15% ao ano, o que, segundo especialistas, impulsiona a adoção de modelos produtivos mais sustentáveis, como os utilizados por produtores amazônicos.

Paulo Simonetti, gestor de Inovação em Bioeconomia do Idesam, destaca que “investimentos em tecnologia têm possibilitado a produção de chocolates orgânicos, veganos e sem açúcar, criando um diferencial competitivo no mercado e reforçando a importância da bioeconomia para o desenvolvimento regional”.

A Ïapó Cacau integra o PPBio, desenvolvido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e coordenado pelo Idesam. O programa viabiliza o uso de recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) provenientes das contrapartidas de empresas beneficiadas por incentivos fiscais. Até o momento, mais de R$ 146 milhões foram mobilizados, com 40 empresas investidoras e 76 projetos em execução ou concluídos na região Norte do país.

O Brasil ocupa atualmente a sexta posição mundial na produção de cacau, com aproximadamente 250 mil toneladas por ano. A demanda interna, no entanto, já ultrapassa as 300 mil toneladas. O governo federal pretende ampliar a produção para 400 mil toneladas anuais até 2030, por meio do Plano Inova Cacau, que prevê ações para fortalecer a rastreabilidade e a sustentabilidade do setor.

A valorização do cacau amazônico ganha relevância em meio à instabilidade do mercado global, com a queda na produção em países como Costa do Marfim e Gana. Em 2024, os preços da tonelada de cacau ultrapassaram os US$ 10 mil.

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