De acordo com o presidente da confederação, Ricardo Alban, o atual patamar dos juros ainda é excessivo para o cenário de inflação corrente
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a redução da taxa Selic de 13,75% para 12,25% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 30 de outubro, como “insuficiente” para impedir a desaceleração da atividade econômica.
O presidente da CNI, Ricardo Alban (imagem), afirma que a taxa de juros real ainda está em 8,5% ao ano, 4 pontos porcentuais acima da taxa de juros neutra. “Isso significa que a política monetária ainda está contracionista e que o patamar da Selic ainda é excessivo para o cenário de inflação corrente e futura”, afirma Alban.
A CNI ressalta ainda que o “cenário de crédito está bastante prejudicado”, com retração de 6,4% em termos reais nas concessões às empresas nos oito primeiros meses de 2023.
“Na atividade econômica, os resultados também são preocupantes. A produção da indústria de transformação teve queda de 1,2%, na comparação de janeiro a setembro de 2023 com o mesmo período de 2022. No setor de Serviços, já há sinais de desaceleração”, afirma a entidade.
A CNI lembra que as expectativas de inflação seguem apontando para um cenário mais positivo, de acordo com as previsões do Relatório Focus, do Banco Central.
“Todos esses fatores justificam uma intensificação dos cortes nas próximas reuniões”, afirma a CNI.