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Combate à pandemia: o modelo sueco funcionaria no Brasil?

Nesta semana, o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, afirmou que a fórmula utilizada pela Suécia para enfrentar a pandemia do coronavírus poderia ser considerada um “modelo de combate”. Ao contrário de praticamente todos os países, a nação escandinava não criou leis para decretar a quarentena e o confinamento das pessoas em suas casas. As autoridades suecas propuseram uma saída de isolamento social baseada em cidadania, orientando os cidadãos sobre a importância de reduzir drasticamente o contato entre as pessoas para reduzir o contágio.

“Há uma percepção de que a Suécia não criou medidas de controle e deixou a doença se disseminar, mas isso não poderia estar mais longe da verdade”, afirmou Ryan. Segundo o diretor da OMS, os suecos criaram uma opção à obrigatoriedade imposta pelas autoridades: confiança na habilidade individual dos cidadãos de praticar o distanciamento social.

Embora tenha registrado mais mortes do que nos demais países escandinavos que adotaram medidas explícitas de quarentena, a Suécia se mantém distante dos índices de fatalidades registrados em outras nações como Itália, Espanha e Grã-Bretanha. Segundo autoridades locais, o sistema de saúde está preservado e longe de se chegar à superlotação dos leitos de UTI.

Evidentemente, essa discussão chegou com tudo nas redes sociais brasileiras. Os defensores da reabertura imediata da economia apontam a solução sueca como uma prova irrefutável de que o lockdown não é necessário.

Na prática, porém, não houve exatamente um “liberou geral” na Suécia.

A prefeita de Estocolmo, Anna Margaretha König Jermelyr, por exemplo, já ressaltou que há vigilância para evitar excessos e aglomerações e que os estabelecimentos que não cumprirem as regras serão fechados. “Quero deixar muito claro que as restrições em vigor não são apenas recomendações gerais”, disse a prefeita.

Outro ponto importante: os suecos têm renda per capita superior a US$ 54 000, contra US$ 8 000 dos brasileiros. Um nível socioeconômico superior, assim, pode ter um efeito maior no cumprimento de recomendações em vez de ordens expressas, afirmam especialistas em saúde.

Qualquer manifestação daquilo que seria classificado pelo escritor Nelson Rodrigues como “complexo de vira-latas”, a mania que alguns brasileiros têm de diminuir a importância de seu próprio país e de seus concidadãos, é lamentável. Mas, sejamos sinceros: desde quando podemos nos comparar em comportamento com os suecos? Apenas uma recomendação, sem leis de isolamento, seria cumprida no Brasil? Dificilmente. Especialmente quando os níveis de adesão ao isolamento social estão caindo justamente na semana em que o número de mortes cresce avassaladoramente nos grandes centros urbanos e a lotação das UTIs chega a um nível alarmante.

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Comentários

Respostas de 2

  1. Nem de longe o brasileiro seguiria o comportamento sueco. Primeiro o líder maior que deveria dar o exemplo, comporta e diź ao contrário tudo que a Oms prega. Outra coisa, é a situação socioeconômico do brasileiro.

  2. Nem de longe o brasileiro seguiria o comportamento sueco. Primeiro o líder maior que deveria dar o exemplo, comporta e diź ao contrário tudo que a Oms prega. Outra coisa, é a situação socioeconômico do brasileiro.

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