Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Como Costa Rica e Panamá fabricarão semicondutores no lugar do Brasil

Mesmo com indústria instalada e mão de obra, governo e indústria não conseguem atrair fabricantes. Colocar países da América Central na cadeia é estratégico para EUA

Rafael Ferreira

A produção de semicondutores ganhou dois novos concorrentes inusitados na América Central: Costa Rica e Panamá. A Costa Rica firmou uma parceria com os Estados Unidos para diversificar a produção global e a Intel anunciou um investimento de US$ 1,2 bilhão ao longo de dois anos com a contratação de 4 mil trabalhadores. Além de também fazer uma parceria parecida com os Estados Unidos, o Panamá fez um acordo com a Universidade Estadual do Arizona para melhorar a qualificação de mão de obra na fabricação dos semicondutores.

Segundo a revista The Economist, o interesse pela fabricação de chips na região é uma tentativa dos EUA de diminuir o controle dos países asiáticos sobre o negócio, já que 75% dos semicondutores são produzidos no Japão, Coreia do Sul, China ou Taiwan. Um dos fatores que explica o interesse dos Estados Unidos na região é a possibilidade de ter um custo menor com o mesmo fuso horário, o que facilita a coordenação.

Apesar da Costa Rica e Panamá crescerem na produção do material, outros países maiores da região, como o México e o Brasil, estão deixando a desejar. O Brasil está fraco na produção de semicondutores. Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversar há um ano com a China, pouco se avançou até o momento. Por razões estratégicas, os chineses pouco tem demonstrando interesse em implementar uma fábrica por aqui. Já o México tem dificuldades para produzir, pois esse tipo de operação exige farto fornecimento de água. Por condições geográficas e o agravamento dos extremos climáticos, o país vive secas severas. O governo não se mostra interessado em dar incentivos fiscais para as empresas, mesmo as vindas dos Estados Unidos, parceiro econômico fundamental.

Com o Brasil é um pouco diferente. Os EUA precisam de parceiros meramente exportadores que tenham pouco alinhamento com a China, a fim de não comprometer a produção nem ser alvo de eventuais sanções de Pequim. Ou seja, Costa Rica e Panamá seriam apenas centros de montagem e processamento. O Brasil deseja mais e quer abastecer a indústria local, principalmente a automotiva, que se prepara para a transição energética mesclando motores flex com baterias elétricas.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

- Informações atualizadas a cada 10 minutos
- Gráfico mostra valor fechado do dia

Pergunte para a

Mônica

Pergunte para a

Mônica.

[monica]
Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.