Desde a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro tem indicado que pretende se alinhar aos Estados Unidos na política externa, fazendo com que o Brasil apoie os americanos em brigas caras a Donald Trump. Um exemplo disso se manifesta na intenção declarada de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, que prejudicaria a relação do país com o mundo árabe, importante comprador da carne produzida no Brasil.
Rival dos EUA na guerra comercial, a China também pode entrar na mira de Bolsonaro. Durante a corrida presidencial, o capitão reformado questionou o investimento de empresas chinesas no mercado nacional de energia elétrica, chegando a afirmar que a China estava “comprando o Brasil”. Mas será que se opor ao gigante asiático seria uma estratégia inteligente em termos econômicos? Para ajudar a entender essa questão, MONEY REPORT apresenta alguns dados das relações comerciais do Brasil com a China e os Estados Unidos, com base em informações da Secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, vinculada ao Ministério da Economia:
Relação comercial entre Brasil e China em 2018:
Exportações: US$ 64,2 bilhões – Aumento de 35,2% na comparação com 2017
Importações: US$ 34,7 bilhões – Aumento de 27,1% na comparação com 2017
Balança comercial: resultado positivo em US$ 29,5 bilhões
Principais produtos exportados: soja (43%), petróleo (22%), minério de ferro (17%) e celulose (5,5%)
Principais produtos importados: plataformas de perfuração ou exploração (11%), demais produtos manufaturados (10%) e partes para aparelhos de telefonia (3,7%)
Relação comercial entre Brasil e Estados Unidos em 2018:
Exportações: US$ 28,77 bilhões – Aumento de 7,1% na comparação com 2017
Importações: US$ 28,97 bilhões – Aumento de 16,6% na comparação com 2017
Balança comercial: resultado negativo em US$ 193 milhões
Principais produtos exportados: produtos semimanufaturados de ferro ou aço (11%), petróleo (11%) e aviões (6,8%)
Principais produtos importados: óleos combustíveis (18%), demais produtos manufaturados (3,9%) e medicamentos (3,7%)