Por orientação da Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) decidiu suspender ou renegociar contratos que somam R$ 3 bilhões destinados à compra de máquinas agrícolas a pedido de deputados e senadores por meio do orçamento paralelo, aponta uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, nesta terça-feira (14). Uma análise identificou sobrepreço de R$ 142 milhões. A auditoria foi instaurada após o jornal revelar que o governo Bolsonaro criou o mecanismo de distribuição de emendas paralelas a partir do Orçamento para aumentar sua base de apoio político no Congresso.
O Palácio do Planalto e o MDR, responsável por liberar os recursos, passaram os últimos 4 meses negando as irregularidades. O ministério só decidiu interromper os pagamentos após a auditoria da CGU confirmar o sobrepreço. Foram bloqueados temporariamente 115 convênios firmados com municípios e renegociou lotes de uma licitação para readequação dos valores.
Ao analisar uma amostra de 188 convênios, celebrados com verbas de emenda do relator-geral, a CGU constatou que 61%, ou seja, 115, apresentavam risco de sobrepreço. Pelo cálculo, o prejuízo aos cofres públicos poderia chegar a R$ 12,1 milhões.