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Copom reforça necessidade de elevar Selic a 14,25%

Comitê aponta incertezas no cenário internacional, em especial às políticas econômicas do governo dos Estados Unidos

O Comitê de Política Monetária (Copom) justificou a recente alta da taxa Selic para 14,25% ao ano como uma resposta às incertezas no cenário internacional, em especial às políticas econômicas do governo dos Estados Unidos. Segundo a ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (25), o ambiente externo segue desafiador, com impactos negativos sobre investimentos, inflação e expectativas econômicas.

“O documento manteve o mesmo tom vigilante do comunicado pós-reunião, reforçando a necessidade de aperto monetário adicional para trazer a inflação para a trajetória da meta. Ao mesmo tempo, sugere que o tempo para um período de ‘esperar para ver’ está chegando”, diz em relatório.

De acordo com o documento, as incertezas sobre a condução da política econômica dos EUA afetam diretamente as condições financeiras globais e o fluxo de capitais para economias emergentes. Entre os principais pontos de preocupação estão possíveis mudanças fiscais, restrições no mercado de trabalho, ampliação das tarifas de importação e alterações na matriz energética norte-americana.

Impacto sobre investimentos e inflação

O Copom destacou que a incerteza em torno das políticas comerciais dos EUA já tem afetado o apetite por novos investimentos e contribuído para um ambiente de pressão inflacionária. A dúvida sobre a implementação de tarifas de importação, por exemplo, afeta diretamente a formação de preços e as expectativas inflacionárias.

O Comitê justificou o aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic pelo risco de desancoragem das expectativas de inflação, aliada à resiliência da atividade econômica e às pressões no mercado de trabalho. Na reunião da semana passada, os diretores também sinalizaram uma nova elevação dos juros em menor magnitude na próxima decisão.

Próximos passos da política monetária

No comunicado, o Copom afirmou que optou por conjugar três sinalizações para o mercado: primeiro, indicar que o ciclo de alta dos juros ainda não está encerrado; segundo, afirmar que o próximo ajuste será de menor intensidade; e terceiro, manter a incerteza sobre o tamanho exato da próxima elevação.

Para as próximas reuniões, o Comitê avaliará o ritmo da atividade econômica, o impacto do câmbio sobre a inflação e a evolução das expectativas inflacionárias. “Os vetores inflacionários seguem adversos, com hiato do produto positivo, inflação corrente elevada e expectativas desancoradas”, conclui o documento.

Confira a ata:



Na imagem, a nova composição do Copom, com Gabriel Galípolo na presidência do BC — Foto: Divulgação / Banco Central

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