Executivo-chefe da N.ideias participou do FII Priority Summit, ao lado de Vik Muniz, Martin Sorrell, Fernando Sulichin e Pierre Halimi Lacharlotte
Embora seja um polo criativo global, o Brasil ainda precisa tornar a criatividade um negócio de “valor agregado e não apenas uma commodity”, afirmou o publicitário Nizan Guanaes, fundador e executivo-chefe da N.ideias, no painel “Futuro do Entretenimento: A América Latina se tornará o centro da cultura global?”, na tarde desta quarta-feira (12) durante o FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos que ocore no Rio.
“Você pode ser criativo, mas no final você vende [a criatividade] como commodity. Temos que ter um ‘mindset’ econômico do governo e precisamos ser competitivos globalmente”, frisou Guanaes.
O painel mediado por Sir Martin Sorrell, ex-CEO e fundador do conglomerado de publicidade e comunicação britânico WPP e também fundador da S4Capital, contou com a participação do artista fotográfico Vik Muniz, do cineasta argentino Fernando Sulichin, CEO da Alvear, e de Pierre Halimi Lacharlotte, diretor-geral da marca suíça de relógios F.P. Journe Americas.
O comentário de Guanaes foi reforçado por Sorrell ao falar sobre o festival de criatividade Cannes Lions, o Oscar da publicidade global, que acontece de 17 a 21 de junho, em Cannes, França.
“Na próxima semana teremos Cannes. Vamos ver a América Latina mostrando seu potencial criativo, mas não acredito que as pessoas entendam ainda o quão boa é a comunidade criativa latino-americana”, afirmou o fundador do grupo WPP.
Sulichin, que tem a produção de mais de 25 filmes e documentários no currículo, incluindo parcerias com diretores como Oliver Stone e Spike Lee, defendeu a produção latino-americana. “Estamos exportando muito conteúdo e acredito que os diretores daqui serão massivos”, comentou. “Sempre há espaço para histórias incríveis”.
Na visão de Muniz, o avanço da tecnologia, em especial da inteligência artificial (IA) traz visibilidade não só à produção latino-americana mas de outros países à comunidade global. “A IA vai diminuir as barreiras geográficas”, disse o artista, dando como exemplo criadores de conteúdo na plataforma TikTok. “Os hubs centralizados de criatividade vão ser beneficiados por isso”.
