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Brasil pode se aproveitar de desaceleração da economia mundial

As principais bolsas globais vêm dando sinais de desgaste nos últimos meses. Os três maiores índices do mercado acionário americano – Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones – tiveram em 2018 o pior desempenho desde 2008, ano da crise, com quedas de 4%, 6,5% e 5,8%, respectivamente. O índice composto de Xangai, um dos mais importantes da Ásia, recuou 24,6%, enquanto o europeu FTSE-100, da bolsa londrina, perdeu 12,48%. E o começo de 2019 também registra baixas.

Nesta quinta-feira (3), o preço das ações negociadas nos Estados Unidos sofreu um forte baque, influenciado pelo recuo de quase 10% nos papeis da Apple. A gigante de tecnologia perdeu US$ 73 bilhões em valor de mercado em um único dia, após revisar para baixo sua projeção de receita para o primeiro trimestre fiscal de 2019, encerrado em dezembro. A companhia, que chegou a valer mais de US$ 1,1 trilhão em outubro do ano passado, perdeu US$ 450 bilhões desde então, em uma desvalorização superior a 30%.

Em comunicado, o CEO da companhia, Tim Cook, destacou que a demanda chinesa mais fraca em relação ao que era esperado foi um dos fatores que mais contribuiu para a baixa desta quinta. A timidez do mercado chinês reflete a desaceleração da economia mundial, que deve crescer menos neste ano, após ciclo recente de alta.

Apesar de o cenário não ser dos mais promissores para 2019, o analista da corretora Eleven Financial, Raphael Figueredo, considera que o pessimismo vai se dar no curto prazo. Na sua opinião, o mercado de ações global passa por um momento de ajuste, após a política monetária expansionista pós-crise de 2008 inflar as bolsas de valores. O aumento da taxa de juros promovido pelo Federal Reseve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, ainda não tem data para acabar e tem como efeito colateral a retração dos investimentos mais arriscados.

“Mesmo assim, não creio que haverá uma recessão nos EUA”, afirma. “Esse movimento de ajuste vai seguir gradualmente, mas não acredito que será tão grave como alguns consideram. O pessimismo atual já era esperado. Para o longo prazo, temos que esperar por sinais mais concretos do Fed, o desempenho da economia americana e o desenrolar da guerra comercial contra a China.”

E O BRASIL?

Figueredo acredita que o recuo no exterior pode ser benéfico aos investidores no Brasil. Mesmo com o volume de giro durante o intraday da Bovespa sendo composto majoritariamente pelo fluxo estrangeiro (por volta de 75%), o país pode se aproveitar do momento de incerteza no mundo.

“Nosso ciclo econômico ainda é embrionário”, diz. “A recuperação da economia ainda é lenta e deve ganhar um pouco mais de fôlego em 2019, com o governo apoiando uma política econômica mais liberal. Se o Brasil fizer seu dever de casa e avançar com as reformas, os investidores vão apostar onde houver as melhores expectativas.”

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