O movimento também contribui para limitar o avanço dos juros futuros no Brasil
O dólar segue em queda no mercado à vista nesta sexta-feira (24) marcando seu quinto dia consecutivo de desvalorização, impulsionado pela fraqueza global da moeda americana. Às 11h42, o dólar à vista registrava queda de 0,66%, sendo cotado a R$ 5,887. O dólar futuro para fevereiro também recuava, com baixa de 0,62%, negociado a R$ 5,897.
O movimento também contribui para limitar o avanço dos juros futuros no Brasil, em meio à queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries).
Apesar da retração, a curva de juros futuros no Brasil mostra alguma elevação, reflexo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que registrou alta de 0,11% em janeiro. O resultado ficou acima da expectativa do mercado, que projetava uma leve deflação, com mediana de -0,01%. Ainda assim, o índice foi o mais baixo para o mês de janeiro desde julho de 2023, quando marcou -0,07%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 avançou 4,50%, também acima das estimativas, que variavam entre 4,22% e 4,62%.
No cenário internacional, o dólar foi impactado pelas declarações moderadas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a China, o que impulsionou o yuan. “Eu preferiria não ter que usar as tarifas, mas é um poder enorme sobre a China”, disse Trump em entrevista à Fox News.
O euro e a libra esterlina também se fortaleceram nesta sexta-feira, influenciados por resultados acima do esperado nos índices de gerentes de compras (PMIs) da zona do euro. Já o iene japonês ganhou apoio após o Banco do Japão elevar sua taxa de juros para 0,50%.
Além disso, o fortalecimento de moedas emergentes é favorecido pela recuperação do petróleo, que voltou a subir após seis dias de queda, e pelo avanço de 0,69% no preço do minério de ferro no mercado de Dalian.
No Brasil, o real também encontra suporte nos dados da conta corrente, que apresentaram déficit abaixo da mediana das projeções de mercado em dezembro e no acumulado de 2024. O Investimento Direto no País (IDP) registrou US$ 2,765 bilhões em dezembro e US$ 71,070 bilhões no ano, superando as expectativas de economistas.
Ainda no radar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir com sua equipe nesta sexta-feira para discutir medidas de redução nos preços dos alimentos.