Foi apontado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2020, rendimento de todas as fontes, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que a proporção de lares em que seus residentes receberam outros programas sociais cresceu de 0,7%, em 2019, para 23,7% em 2020. A justificativa foi o pagamento do Auxílio Emergencial. Entre 2019 e 2020, a proporção de casas que recebiam Bolsa Família caiu de 14,3% para 7,2%.
Essa redução ocorreu porque parte dos beneficiários do Bolsa Família passou a receber o Auxílio Emergencial. “Se um beneficiário do Bolsa Família recebia um valor menor do que Auxílio Emergencial, ele passava a receber o Auxílio, uma migração”, explicou analista da pesquisa, Alessandra Scalioni.
O percentual de domicílios que recebiam o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS), destinado a aqueles com necessidades especiais e idosos (sem meios para se sustentar), passou de 3,5% para 3,1% nesse mesmo período. A presença do BPC-LOAS era maior no Norte (5%) e do Nordeste (4,5%), assim como a do Bolsa Família: 12,9% e 14,2%, respectivamente. Cerca de 32,2% dos lares do Norte e 34% do Nordeste recebiam rendimento de outros programas sociais, principalmente Auxílio.
O Auxílio Emergencial entrou na rubrica de “outros rendimentos”, que abarca também ganhos de aplicações financeiras, seguro-desemprego, seguro-defeso e outros programas sociais como o Bolsa Família. Com a presença do Auxílio, a participação de outros rendimentos no plano domiciliar per capita atingiu 7,2%, a maior proporção dessa categoria desde 2012, início da série histórica da pesquisa. Em 2019, essa proporção havia sido de 3,4%.