Na decisão que reduziu a taxa básica de juros (Selic) no país de 3% ao ano para 2,25% ao ano, o Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central manteve a possibilidade de um novo corte na próxima reunião. Na ata divulgada nesta terça-feira (23), o colegiado considerou que a magnitude do estímulo monetário já implementado até o momento parece compatível com os efeitos econômicos da crise do novo coronavírus. “Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no grau de estímulo monetário será residual. No entanto, o Copom segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária. O Comitê reconhece que, em vista do cenário básico e do seu balanço de riscos, novas informações sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, diz o documento. Nas discussões sobre a condução da política monetária, os integrantes do colegiado avaliaram as perspectivas para o desempenho da economia em 2020 e os cenários para a recuperação. “Os dados relativos ao segundo trimestre corroboram a perspectiva de forte contração do PIB no período e sugerem que a atividade atingiu o seu menor patamar em abril, havendo recuperação apenas parcial em maio e junho. O cenário básico considerado pelo Copom considera uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre”, prossegue o texto. “O Comitê também ponderou sobre o impacto dos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda sobre a demanda agregada. Na avaliação do Comitê, esses programas têm potencial de recompor parte significativa da demanda agregada que seria perdida devido aos efeitos da pandemia. Com isso, a recuperação da economia pode ser mais rápida que a sugerida no cenário base.”