O escoamento de grãos e produtos pela hidrovia Paraguai-Paraná está comprometido por causa da grande estiagem que atinge as cabeceiras da Bacia do Paraná, que nasce no Brasil (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Paraná) e na Bolívia, fluindo para os países ao sul, desaguando no mar entre a Argentina e o Uruguai. Na capital paraguaia, Assunção, o nível do rio Paaguai só permite metade da capacidade de carga. A estiagem é registrada há três anos, mas atingiu se nível mais baixo neste mês, afetando também a logística de grãos da Argentina pelo rio Paraná.
O problema pode se agravar daqui para frente, já que o plantio de soja começa em setembro e a distribuição de fertilizantes, equipamentos e até combustíveis pode ser prejudicada, necessitando de transporte terrestre, o que impactaria nos custos e, consequentemente, na lucratividade. Com 10 milhões de toneladas ao ano, o Paraguai é o quarto maior produtor mundial de soja, atrás de China, Brasil e Estados Unidos. A logística de exportação paraguaia é feita por uma frota de 3 mil embarcações que transportam a safra pelo sistema que escoa parte das produções brasileira e boliviana até os portos do Rio da Prata. Uma das alternativas logísticas seria a utilização de portos brasileiros, já comprometidos em sua capacidade de estocagem e embarque com a maior parte da safra brasileira vinda do Cerrado.