Os efeitos da estiagem que atinge a Bacia do Rio Paraná já expandiu seus efeitos negativos para além do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricasa e da ameaça de encarecimento da energia. A falta de chuvas paralisa desde sexta-feira (27) o tráfego de embarcações pela Hidrovia Tietê-Paraná, por onde são escoados grãos. As perdas podem atingir R$ 3 bilhões antes da volta das chuvas este ano, aponta o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros.
Em 2020, foram transportados pelo sistema cerca de 2,1 milhões de toneladas, em especial milho, soja, cana-de-açúcar e adubo. Com 2,4 mil quilômetros de extensão, a hidrovia conecta São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, beneficiando também Mato Grosso, Tocantins, Rondônia.
O impacto da paralização é tamanho, que só um comboio de quatro barcaças, capaz de carregar seis mil toneladas, precisa ser substituído por 162 carretas, congestionando as rodovias até o Porto de Santos. Os efeitos da estiagem já afetam países vizinhos, em especial o Paraguai, onde combustíveis e insumos devem ficar mais caros por causa do estrangulamento logístico. Não é a primeira paralisação. Na crise de 2014, a hidrovia fucou inoperante por mais de um ano.