Por Roberto Samora
(Reuters) – A expectativa de que o Brasil em algum momento vai superar os Estados Unidos na produção de soja não deve se realizar em 2018/19, pelo menos de acordo com uma reavaliação do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês), divulgada nesta sexta-feira.
Até o mês passado, o USDA projetava que o Brasil, o maior exportador global da oleaginosa nos últimos anos, superaria os EUA na produção pela primeira vez em 2018/19.
Mas pela estimativa divulgada nesta sexta-feira, que apontou uma safra norte-americana 2018/19 em recorde de 124,8 milhões de toneladas, o Brasil –com projeção de safra mantida em 120,5 milhões de toneladas–, ficará ainda bem distante dos EUA.
Até o mês passado, quando o USDA havia projetado 117,3 milhões de toneladas para a safra dos EUA, o Brasil superava os norte-americanos também com a colheita efetivada na temporada anterior (2017/18), prevista pelo órgão em 119,5 milhões de toneladas.
A safra 2018/19 dos EUA está em desenvolvimento, enquanto o volume estimado pelo USDA para o Brasil na mesma temporada é referente à produção que se espera obter com plantio a partir de setembro.
O aumento na estimativa do USDA para a safra dos EUA ocorreu com o bom desenvolvimento da safra, que já tem lavouras florescendo ou soltando vagens.
Até o mês passado, o USDA previa uma produtividade de 48,5 bushels por acre para as lavouras dos EUA, elevada agora para 51,6 bushels por acre.
O aumento da expectativa de produção norte-americana se dá em um momento particularmente difícil para os EUA, cuja soja está sendo taxada pelos chineses devido à guerra comercial.
MILHO
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou nesta sexta-feira sua previsão para a safra de milho 2018/19 do Brasil, para 94,5 milhões de toneladas, de 96 milhões na estimativa do mês anterior.
(Com reportagem adicional de Mark Weinraub, em Chicago)