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Exportações do agro cresceram 32% em 2022

Preços internacionais em alta, câmbio favorável e volumes crescentes aumentaram valor exportado em 60% desde o início da pandemia

O volume das exportações do agronegócio brasileiro atingiu um novo recorde em 2022, somando US$ 159 bilhões, alta de 32% em relação ao ano anterior (US$ 120 bilhões) e de 60% em relação a 2020 (US$ 100,8 bilhões). O resultado se deve ao forte crescimento dos preços internacionais (alta de 23% no índice de preços em comparação com 2021) e ao aumento nos volumes embarcados (crescimento de 7% no índice de quantum). As importações do setor também registraram avanço significativo, de 35% em valores com relação a 2021, puxadas por insumos agropecuários, que responderam por dois terços do total importado, com destaque para fertilizantes.

O estudo, coordenado pelo pesquisador sênior do Insper, Marcos Jank, mostra que os preços internacionais das commodities vêm se sustentando em alto patamar desde 2020, com destaque para o mercado de grãos. Baixos estoques globais, associados a choques de restrição à oferta (pandemia, guerra e problemas climáticos em diversos países), elevaram os valores pagos e geraram preocupações ao redor do mundo em relação à inflação dos alimentos e aos riscos de recessão e insegurança alimentar.

O Brasil demonstrou ampla capacidade de reação a essa conjuntura volátil e imprevisível, que resultou em forte impulso à produção doméstica, apesar de um aumento expressivo no custo de aquisição de insumos agropecuários. Especificamente em 2022, não houve quebras de safra significativas ou restrições à importação de produtos brasileiros, como ocorrido em 2021, o que levou as exportações a se manterem em alto patamar de volumes embarcados ao longo do ano.

A taxa de câmbio também seguiu favorável às exportações. Diferentemente do que se espera em um momento de alta de preços de commodities e de valores exportados, em que ocorre grande entrada de dólares no país, a taxa cambial permaneceu elevada diante do ambiente de incertezas macroeconômicas nacionais e internacionais, havendo, assim, mais um fator de incentivo ao exportador brasileiro.

Para as importações, a elevação de preços gerou preocupações no que se refere a custos de produção, dado que mais de 66% do valor total importado pelo agronegócio brasileiro é constituído por insumos (fertilizantes, pesticidas, saúde animal e máquinas agrícolas), sendo os demais 33% por produtos agropecuários.

Com relação a produtos, destaca-se a sustentação de longo prazo do crescimento das exportações do complexo soja e do setor sucroenergético e, mais recentemente, a evolução extraordinária das exportações brasileiras de milho e algodão, que cresceram cerca de 15% ao ano nos últimos 20 anos, impulsionadas pelo aumento do plantio e das exportações de soja (a maior parte do milho e do algodão produzidos no Brasil originam-se da chamada “segunda safra”, que é plantada na mesma área e safra agrícola, logo após a colheita da soja). Estes produtos todos apresentaram crescimento anual de dois dígitos nas exportações, ampliando a sua relevância no total das exportações do agro brasileiro.

Dessa maneira, proteínas animais (carnes e couros), produtos florestais e café tiveram crescimento anual das suas exportações na faixa de 6% a 8%, bastante elevado, mas inferior ao crescimento observado nas exportações de grãos e do setor sucroenergético. Já fumo e suco de laranja vêm crescendo pouco e perdendo participação relativa no total da pauta do agronegócio.

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