Projeção segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%
As expectativas do mercado financeiro relacionadas a inflação e câmbio seguem em ritmo de alta. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central (BC), os analistas elevaram a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,62% para 4,64%. Foi a sétima alta consecutiva. Com isso, a projeção segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
A projeção do mercado de que a inflação ficará acima do teto da meta neste ano ocorre após a divulgação do IPCA de setembro, que veio pressionado por questões climáticas, como a seca, que impactou a energia elétrica e os alimentos. Além disso, segundo analistas, o aumento de gastos públicos é outro fator que tem pesado para o aumento das projeções de inflação. O governo vem analisando há algumas semanas, com o objetivo de manter de pé o arcabouço fiscal, propostas de redução de gastos – ainda não anunciadas.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado permaneceu estável em 3,10%. Para o ano que vem, a previsão de alta do PIB ficou estável em 1,94%.
Selic
E expectativa dos analistas consultados pelo BC para o fechamento da Selic em 2024 continuou em 11,75% ao ano, o que pressupõe uma nova elevação até o fim do ano. Para o fim de 2025, o mercado financeiro elevou a projeção de 11,50% para 12% ao ano. Com isso, os economistas deixaram de estimar corte e passaram a projetar alta de juros no próximo ano.
Dólar, Balança Comercial
A projeção para o dólar para o fim de 2024 subiu de R$ 5,55 para R$ 5,60. Para o fim de 2025, a estimativa avançou de R$ 5,48 para R$ 5,50. Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção recuou de US$ 77,6 bilhões para US$ 77 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 76,7 bilhões.
Investimento estrangeiro
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano caiu de US$ 72 bilhões para US$ 71,5 bilhões. Para 2025, a estimativa de ingresso recuou de US$ 74 bilhões para US$ 73,6 bilhões.