Ex-presidente do Banco Central, Ilan é responsável pelo hemisfério ocidental no Fundo Monetário Internacional (FMI)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou o economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), como candidato do Brasil ao cargo de presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Atualmente, Goldfajn ocupa o cargo de diretor de Hemisfério Ocidental no FMI. O governo brasileiro esperava apenas a descompatibilização de Goldfajn junto ao FMI para indicá-lo ao BID. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Ministério da Economia.
O prazo para candidatura ao cargo de presidente do BID se encerra em 11 de novembro e a eleição está marcada para 20 de novembro. O presidente é eleito por um período de cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez.
Goldfajn encaminhou um e-mail interno ao FMI em que afirma ter aceito ser indicado pelas autoridades brasileiras para concorrer à presidência do BID. “Nesse ínterim e enquanto o processo estiver em andamento, renunciarei às minhas responsabilidades no FMI e entrarei imediatamente em licença sem remuneração até o dia das eleições do BID em 20 de novembro de 2022, para evitar conflito de interesses real ou percebido”, diz o e-mail.
Em nota pública, o ministro da Economia, Paulo Guedes afirma que o candidato concilia ampla e bem-sucedida experiência profissional no setor público, em organismos multilaterais e no setor privado, “além de sólida formação acadêmica, que o qualificam para o exercício do cargo de presidente da instituição”.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional de países da América Latina e do Caribe. A instituição também oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.
Se aprovado, Goldfajn será o primeiro brasileiro no comando da instituição, que financia projetos na América Latina. Presidente do Banco Central entre 2016 e 2019, indicado no governo Michel Temer (MDB), ele foi também economista-chefe e sócio do Itaú. Em 2021, foi nomeado diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI.
A vaga da presidência do BID está aberta desde que Mauricio Claver-Carone, o último eleito ao cargo, foi deposto em setembro antes de concluir seu mandato de cinco anos após ser acusado de envolvimento amoroso com uma subordinada.
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