As cinco prisões ligadas ao rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) foram consideradas pela juíza federal da comarca da cidade, Perla Saliba Brito, como “imprescindíveis” para as investigações. “Trata-se de apuração complexa de delitos, alguns, perpetrados na clandestinidade”, apontou ela no despacho que autorizou a detenção de três funcionários da mineradora diretamente envolvidos no licenciamento da barragem e de dois engenheiros terceirizados que atestaram a estabilidade do empreendimento. Segundo a magistrada, documentos demonstram a existência de indícios de autoria ou participação dos representados nas infrações penais de falsidade ideológica, crimes ambientais e homicídios. Na decisão, ela considerou ainda que o desastre poderia ter sido prevenido. “Convém salientar que especialistas afirmam que há sensores capazes de captar, com antecedência, sinais do rompimento, através da umidade do solo, medindo de diferentes profundidades o conteúdo volumétrico de água no terreno e permitindo aos técnicos avaliar a pressão extra provocada pelo peso líquido, o que nos faz concluir que havia meios de se evitar a tragédia”, completou.