Projeções indicam queda de 0,3% no varejo restrito e crescimento tímido em segmentos como farmacêuticos e veículos
O varejo brasileiro deve adotar uma postura cautelosa no final de 2024 e início de 2025, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar). Entre dezembro e fevereiro, o varejo restrito – que exclui itens como veículos, motos, partes, peças e materiais de construção – deve apresentar uma retração de 0,3% nas vendas.
Para dezembro, o instituto prevê queda de 1,24% em relação a novembro, seguida de uma recuperação com alta de 0,70% em janeiro e 0,24% em fevereiro. Já no varejo ampliado, que inclui itens de maior valor, espera-se crescimento de cerca de 1% no volume de vendas ao longo do trimestre, com variações de 0,19% em dezembro e janeiro, e aceleração para 0,59% em fevereiro.
Comportamento do consumidor
O presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, Claudio Felisoni de Angelo, destaca que o consumo durante o período deve ser marcado por priorização de itens essenciais e maior cautela em categorias como vestuário e produtos domésticos.
“O panorama deste trimestre reflete um consumidor cauteloso, priorizando gastos essenciais e voltados à saúde. Condições especiais de financiamento para veículos devem ser aproveitadas, enquanto renovações domésticas e de vestuário serão adiadas”, afirmou em comunicado.
Desempenho por categoria
Entre os segmentos analisados, produtos farmacêuticos (1,1%) e veículos (0,9%) devem liderar o crescimento. Já alimentos e supermercados devem permanecer estáveis no período.
Por outro lado, categorias como tecidos (-0,3%), móveis e eletrodomésticos (-2,3%) e materiais de construção (-7,2%) devem registrar quedas. A retração significativa no setor de construção é vista como reflexo do cenário econômico adverso, com juros elevados impactando o mercado imobiliário e reformas residenciais.