Previsão de alta da moeda norte-americana, somada à escassez global de insumos, deve dificultar agenda econômica do governo
Os preços das commodities já tendiam a um patamar elevado – como previam os economistas -, o que só piora com o conflito militar entre Rússia e Ucrânia, que deve impactar ainda mais nos índices inflacionários do Brasil, com forte efeito sobre o dólar.
A guerra, que já é uma realidade para a economia mundial, deverá afetar ainda mais os preços do gás natural, do óleo de cozinha, do petróleo e, principalmente, dos alimentos. A expectativa de alta da moeda norte-americana, somada à escassez global de insumos, deve dificultar a agenda econômica do governo brasileiro que, recentemente, se posicionou otimista em relação ao próximos meses. Segundo o Ministério da Economia, Paulo Guedes, a expectativa é que a inflação começaria a dar sinais de retração até maio.
De acordo com o Banco Central, o petróleo é a commodity que mais tem efeito sobre a inflação, seguido de matérias-primas agrícolas. Uma elevação de 10% no barril teria impacto, em até um ano, de 0,66 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disparando um efeito cascata sobre os demais produtos, elevando os preços. Nesta quinta-feira (24), o barril superou US$ 100, acumulando elevação de 30% em 2022. Entretanto, essa tendência pode ser amenizada com a valorização do real sustentada pela elevação dos juros.
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