O programa de investimentos em infraestrutura para o Brasil após a covid-19 já tem seus principais parâmetros desenhados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A mão estatal no impulso econômico será limitada pelo teto de gastos e pela capacidade dos investidores privados. Pode parecer mais do mesmo no receituário do ministro, mas se for seguido será um delimitador fundamental.
Todavia, ainda não há consenso no governo sobre qual caminho adotar. Os ministros “militares” Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, e Braga Neto, da Casa Civil, defendem aportes públicos. Guedes e sua equipe se mostram fortemente contrários. Eles apontam que além da falta de caixa, há o crescente endividamento do país, fruto das retrações econômicas interna e externa. Daí o papel da iniciativa privada.
Guedes tenta convencer o governo – no caso, o presidente Bolsonaro – de que o espaço de manobra é reduzido para investir. Em 2021, o orçamento contemplaria apenas R$ 100 bilhões em despesas livres. Só que esse valor precisaria ser direcionado para outras funções no próximo e nos demais exercícios.