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Investimento em imóveis residenciais rende 19% ao ano

Demanda por aluguel cresce com juros altos e valorização dos imóveis, aponta FGV e QuintoAndar; veja os bairros mais rentáveis para investidores

O mercado de locação de imóveis residenciais segue em forte crescimento no período pós-pandemia. Com a alta dos preços dos aluguéis e a valorização contínua dos imóveis, a rentabilidade desse tipo de investimento atingiu 19,1% ao ano em 2024, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e do QuintoAndar, divulgado nesta terça-feira (25).

A pesquisa analisou os três principais polos metropolitanos do país — São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte — e demonstrou que um apartamento de 50 metros quadrados adquirido por R$ 365 mil no início de 2024 gerou, em média, quase R$ 70 mil ao longo do ano passado, considerando a soma entre o aluguel e a valorização do imóvel.

Os economistas calcularam essa rentabilidade a partir do aumento médio dos aluguéis, que foi de 6,2% no ano, combinado à valorização dos imóveis, que chegou a 12,9%. A soma dos dois fatores resulta na rentabilidade anual de 19,1%.

Juros altos impulsionam a locação

A alta da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano, tem encarecido o crédito imobiliário, dificultando o financiamento e afastando potenciais compradores do mercado. Com isso, cresce a demanda por aluguel, especialmente em grandes centros urbanos.

Além disso, o aumento nos custos de construção, devido à inflação de insumos e mão de obra, reduz o número de novos lançamentos e eleva o preço dos imóveis disponíveis. O retorno ao trabalho presencial e projetos de revitalização em áreas centrais também contribuíram para a alta da procura por imóveis para locação.

“A volta ao presencial impulsiona a busca por moradia em regiões centrais e bem localizadas. Com isso, a oferta de aluguel segue aquecida, beneficiando investidores que apostaram nesse segmento”, explica André Braz, economista do FGV IBRE.

Belo Horizonte lidera rentabilidade no setor imobiliário

Entre as três capitais analisadas, Belo Horizonte registrou a maior rentabilidade em 2024, chegando a 26,6% ao ano. A valorização patrimonial dos imóveis na capital mineira foi de 20,9%, enquanto o rendimento do aluguel ficou em 5,7%.

Em São Paulo, a rentabilidade anual foi de 17,2%, sendo 6,2% provenientes dos aluguéis e 11% da valorização dos imóveis. Já no Rio de Janeiro, o percentual foi menor, de 12,9% ao ano, resultado de uma valorização patrimonial de 6,7% e um rendimento de aluguel de 6,2%.

Bairros mais rentáveis para locação

O estudo também identificou bairros promissores para investidores interessados no mercado de locação residencial. Em São Paulo, regiões como Jardim São Luís e Sapopemba apresentaram alta rentabilidade, enquanto no Rio de Janeiro, a Penha se destacou. Essas áreas, tradicionalmente menos valorizadas, oferecem boas oportunidades devido ao custo mais acessível de aquisição dos imóveis e à crescente demanda por locação.

Apesar do crescimento do aluguel por temporada via plataformas como Airbnb, a pesquisa não mensurou seu impacto direto na rentabilidade geral do mercado. No entanto, especialistas indicam que esse modelo de locação pode contribuir para a redução da oferta de imóveis disponíveis para contratos tradicionais, pressionando ainda mais os preços dos aluguéis.

Perspectivas para o mercado de locação

A tendência é que a rentabilidade do setor imobiliário se mantenha elevada nos próximos anos. Com a taxa Selic em patamar elevado e o crédito imobiliário restrito, muitos brasileiros devem postergar a compra da casa própria, fortalecendo a demanda por aluguel.

“Esse é um mercado que continuará aquecido. A valorização dos imóveis pode desacelerar, mas o preço dos aluguéis tende a subir, o que pode impulsionar ainda mais a rentabilidade para os investidores”, avalia Braz.

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