Em sua análise conjuntura trimestral, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou uma recuperação da atividade econômica no período. Divulgada nesta quinta-feira (1º), os dados analisados apontam que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 ficará em 5%. A estimativa anterior era de 6% – uma melhora de 17 pontos percentuais. Para 2021, foi mantida a projeção de crescimento de 3,6% do PIB.
Apesar do cenário de recuperação, o ano deve fechar com ociosidade elevada na economia. O hiato do produto, que mede o grau de ociosidade, saltou de 4,2% no primeiro trimestre deste ano para inéditos 13,9% no terceiro trimestre.
O penúltimo trimestre do ano também registrou aceleração da inflação, devido à alta nos preços dos alimentos. No acumulado de 12 meses encerrados em agosto, os produtos alimentícios responderam por 70% de toda a variação do IPCA. Isso fez com que a previsão de inflação geral para 2020 fosse revisada de 1,8% para 2,3%. As projeções, porém, foram revisadas para baixo em serviços educacionais (5% para 1,2%), demais serviços livres (2% para 0,7%) e preços monitorados (1,2% para 1%). Para 2021, a taxa de inflação estimada pelo Ipea é de 3,3%.
O estudo indica que os gastos para combater os efeitos da pandemia aumentam o déficit e a dívida pública, comando cerca de R$ 590 bilhões. “É importante que o país saia da pandemia reforçando o compromisso com o equilíbrio fiscal, que é pré-requisito fundamental para a retomada sustentável da nossa economia”, avalia o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do instituto, José Ronaldo Souza Júnior.