Segundo a Cepea, meios alternativos para captar e distribuir lácteos têm elevado custo logístico das operações
O setor lácteo brasileiro já está sentindo os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea), com áreas afetadas em todo o estado e rodovias paradas, a circulação de insumos está prejudicada, o que deve elevar o preço dos produtos.
Isso porque muitos laticínios interromperam a produção, seja por danos, falta de energia ou impossibilidade de efetuar a captação do leite cru nas fazendas. Aqueles que mantêm as atividades, por sua vez, buscam alternativas para captar o leite de propriedades menos afetadas e para realizar a distribuição de lácteos. Essas rotas, porém, elevam o custo logístico da operação, refletindo nos preços finais dos itens.
A instituição acrescentou que, conforme agentes de mercado, as perdas estruturais no campo e nas indústrias podem retardar a recuperação da oferta do leite cru e dos lácteos. Com isso, a perspectiva de preços ao produtor em alta se fortalece para este e para os próximos meses. O Cepea ressaltou, contudo, que ainda não há projeções para as futuras variações, uma vez que os agentes da cadeia ainda calculam os impactos das chuvas.
Além do leite, outro produto impactando pelas enchentes é o arroz, cujo 70% da produção nacional vem do território gaúcho. Para evitar o aumento alarmante dos preços, o governo federal informou que importará 1 milhão de toneladas de arroz de países do Mercosul para suprir as perdas com inundações e garantir a oferta do produto nas prateleiras.