As vendas no varejo caíram 11 em relação ao ano anterior
A China relatou dados econômicos decepcionantes para o mês de abril, ressaltando os extensos danos que os bloqueios da covid causaram no país. A segunda maior economia do mundo registrou quedas chocantes nas vendas no varejo e na produção fabril, perdendo amplamente as expectativas do mercado.
As vendas no varejo caíram 11,1% em abril em relação ao ano anterior, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China nesta segunda-feira (16). Isso ficou bem abaixo da queda de 6,1% prevista em uma pesquisa da Reuters com economistas, e também muito abaixo da queda de 3,5% observada em março.
A produção industrial caiu 2,9% no mês passado em relação ao ano anterior, revertendo um ganho de 5% em março. Isso marca a pior contração na produção industrial desde fevereiro de 2020, quando a economia da China quase parou durante o surto inicial de coronavírus.
O desemprego também subiu para o segundo nível mais alto já registrado. A taxa de desemprego urbano atingiu 6,1% em abril, ante 5,8% em março – que já estava em alta de 21 meses. A única vez que a taxa de desemprego da China foi maior foi em fevereiro de 2020. Os jovens até 24 anos têm achado especialmente difícil encontrar emprego, com a taxa de desemprego subindo para 18,2% – a mais alta de todos os tempos.
Medidas de desespero
A economia da China teve um início sólido em 2022, registrando um crescimento de 4,8% no primeiro trimestre, mas os esforços de Pequim para conter seu pior surto de covid em dois anos deram um duro golpe na atividade desde março, e os economistas agora esperam que o PIB encolha neste trimestre.
Até agora, pelo menos 31 cidades do país permanecem sob bloqueio total ou parcial; Xangai, o centro financeiro do país e um centro de manufatura, está em isolamento há mais de seis semanas. Durante esse período, muitas empresas foram forçadas a suspender as operações, incluindo as montadoras Tesla e Volkswagen e a montadora de iPhone Pegatron.
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