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Lula precisa se entender com o agro

Quando os resultados do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre vieram à tona, muitos economistas se surpreenderam: o PIB havia crescido 1,9 % nos três primeiros meses do ano. O principal fator de crescimento foi justamente o desempenho do agronegócio, que se expandiu 21,6 % neste período. O último Censo mostra que as regiões Centro-Oeste e Norte, que têm na agropecuária sua atividade principal, tiveram um aumento populacional superior à média do país. E o ritmo da riqueza interna gerada por Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Rondônia nos últimos 16 anos é o dobro do registrado em São Paulo na mesma faixa de tempo.

Diante destes números, é inegável reconhecer a importância do Agro para a economia brasileira. Mas, mesmo com essas evidências, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda está distante dos empresários do setor. Por que isso ocorre?

Para começar, há desconfiança de ambos os lados.

Lula já chamou parte dos dirigentes agropecuários de “fascistas” em plena campanha. E, depois, em maio, afirmou que havia no setor gente “mau-caráter e negacionista”. Os representantes deste segmento, no entanto, têm seríssimas reservas em relação ao PT por conta do apoio às invasões de propriedades rurais de autoria do MST e de certas diretrizes do Ministério do Meio Ambiente, que poderiam criar garrotes para as fazendas produtivas.

Esse clima ruim, entretanto, não é bom para o país. Boa parte de nossa economia (25 % do PIB) depende diretamente do agro. Este setor não pode ficar à margem do governo ou se sentindo perseguido pelos dirigentes.

Se o Lula do primeiro mandato estivesse alojado no Palácio do Planalto, talvez essa rixa já tivesse sido resolvida. Mas o presidente de 2023 tem outro comportamento e parece ser menos diplomático do que o mandatário dos primeiros anos do Século 21.

Há empresários do agrobusiness que defenderam (e ainda defendem) o bolsonarismo. Mas isso ocorreu em todos os segmentos produtivos, com os quais Lula não parece ter algum tipo de contenda.

O presidente, neste caso específico, precisa estender a mão primeiro. Afinal, ele é o chefe da Nação. É a principal autoridade de todos os brasileiros, não somente daqueles que o apoiaram nas eleições. Além disso, há um agravante nessa história: boa parte da bonança que Lula apregoa ter ocorrido em seus dois mandatos anteriores tem a ver com o agro. Foi o boom de commodities que fez o Brasil acertar suas contas no mercado exterior e começar a criar uma carteira de reservas cambiais que hoje chega a US$ 350 bilhões.

Os economistas preveem um novo ciclo de crescimento no mercado internacional de commodities, com uma participação maior da Índia na compra de alimentos. Esse movimento tem tudo para beneficiar o Brasil – e, portanto, mais uma razão para que governo e agronegócio comecem a se entender.

Empresários da agropecuária, de seu lado, estão se mexendo rapidamente para buscar novas alternativas de tecnologia, tanto para aumentar a sua produtividade como também para promover um uso cada vez mais racional de defensivos agrícolas. Se o governo criar uma política que facilite o acesso a novas técnicas, todos irão ganhar.

A mesma tecnologia também é imprescindível para o uso consciente da terra e preservação do meio ambiente. Há empresários inescrupulosos, que desmatam e agem contra a Natureza? Sim. Mas existe também uma enormidade de pessoas sérias no agronegócio, que precisam ser ouvidas e atendidas em suas expectativas e demandas.

É hora de um lado ouvir o outro. E de união para melhorarmos o futuro deste país.

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