Setor alimentício tem estimulado a inflação e preocupa o governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta quinta-feira (6) com ministros e integrantes da equipe econômica para debater a alta no preço dos alimentos. O encontro está agendado para as 15h e ocorre em meio às preocupações sobre o impacto do custo da cesta básica na inflação e na popularidade do governo.
Inflação fora da meta
A elevação dos preços dos alimentos foi um dos fatores determinantes para que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, ultrapassasse a meta estabelecida pelo Banco Central em 2024. A meta previa uma inflação de 3%, com margem de tolerância até 4,5%, mas o indicador fechou o ano em 4,83%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os produtos que registraram os maiores aumentos está a carne bovina, com alta de 20% em 2024. Os chamados “cortes de primeira” tiveram reajustes expressivos, como patinho (24,13%), costela (21,33%), alcatra (21,13%) e picanha (8,74%).
Impacto político e soluções
A escalada dos preços preocupa o presidente, que vê no tema um ponto sensível para sua popularidade. Segundo pesquisa Datafolha de fevereiro, a inflação dos alimentos tem contribuído para a queda na aprovação do governo, que atingiu 24%.
Apesar da pressão, Lula afirmou que não adotaria medidas drásticas para forçar a redução dos preços. Segundo o presidente, a solução passa pelo aumento da produção e pelo apoio a pequenos e médios produtores.
“Estamos trabalhando com muito afinco, conversando com empresários e utilizando a competência da Fazenda, do Ministério da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento Agrário para encontrar uma solução que leve à redução dos preços. Vamos encontrar uma resposta”, declarou Lula.