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Mercado japonês sofre maior queda desde 1987

Houve recuo de 12,4% no Nikkei. Para conter maiores danos foi acionado o circuit breaker, interrompendo a negociação de ativos

O mercado acionário japonês registrou nesta segunda-feira (5) a maior queda desde 1987, com o índice Nikkei despencando 12,4%, fechando o pregão em 31.458,42 pontos. A baixa de 12% foi impulsionada pelos crescentes temores de uma recessão nos Estados Unidos, exacerbados por dados fracos do mercado de trabalho americano.

Na sexta-feira anterior (2), o Nikkei já havia caído 5,8%, e o declínio contínuo levou o índice a perder todos os ganhos acumulados em 2024. Com uma queda total de 25% desde o pico histórico alcançado em julho, o mercado japonês entrou em território baixista.

“Parece que uma série de fatores está influenciando a situação, não apenas o relatório de mercado de trabalho. Recentemente, balanços de empresas nos EUA e na Europa, especialmente nos setores automobilístico, financeiro e de tecnologia, decepcionaram. Além disso, o posicionamento do ex-presidente Trump contra a liberdade de transações de empresas de tecnologia pelo mundo também tem impactado o mercado global.”, explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Após o tombo das ações japonesas, o ministro de Finanças da bolsa do Japão, Shunichi Suzuki, disse que investidores precisam manter uma perspectiva de longo prazo e permanecerem calmos.

 Para conter danos, foi acionado o “circuit breaker”, mecanismo que interrompe a negociação de ativos após desvalorização superior a 10%.

Entenda

circuit breaker é um procedimento operacional da Bolsa de Valores (no Brasil, a B3) que interrompe a negociação de ativos em Bolsa. Ele é utilizado somente em momentos atípicos de mercado, como durante uma forte queda de preços. Durante o processo do circuit breaker, não é possível realizar compras ou vendas de ativos na Bolsa. O acionamento do circuit breaker é feito em três estágios, obedecendo a percentuais de desvalorização:

  • Estágio 1 — quando o Bolsa desvalorizar 10% em relação ao valor de fechamento do dia anterior, a negociação é interrompida por 30 minutos.
  • Estágio 2 — reabertas as negociações, caso a variação da Bolsa atinja oscilação negativa de 15% em relação ao valor de fechamento do dia anterior, a negociação é novamente interrompida por uma hora.
  • Estágio 3 — reabertas as negociações, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 20% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, a Bolsa pode determinar a suspensão da negociação por um período por ela definido. Nesse caso, o mercado será comunicado pelos canais oficiais da respectiva Bolsa.

Vale lembrar que o acionamento desses estágios não pode ocorrer nos 30 minutos finais da sessão de negociação do dia. Se a interrupção da negociação ocorrer na última hora da sessão de negociação, o horário de encerramento será prorrogado por, no máximo, 30 minutos para reabertura e negociação ininterrupta dos ativos e dos derivativos.

Impacto global e expectativas de cortes nos juros dos EUA

Os efeitos negativos não se limitaram ao Japão. Em Taiwan, a bolsa caiu 8,35%, enquanto em Hong Kong o índice Hang Seng registrou uma baixa de 2,8%. Singapura viu seu mercado recuar 4,6%, e em Xangai a queda foi mais modesta, de 1,13%.

Os investidores começaram a precificar uma recessão nos EUA após o relatório de empregos, conhecido como payroll, mostrar a criação de apenas 114 mil postos de trabalho em julho, abaixo das expectativas que variavam de 135 mil a 225 mil vagas. Além disso, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, superando a previsão de 4,1%.

Esses dados alimentaram as expectativas de cortes na taxa de juros dos EUA. De acordo com o CME Group, 98,5% do mercado agora espera um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica, que passaria de 5,25% – 5,50% para 4,75% – 5%. Há um mês, apenas 5% do mercado previa tal redução.

“Após o Japão aumentar sua taxa de juros de 0,10% para 0,25% a.a., o medo de uma nova recessão nos EUA cresceu, com a inflação ainda elevada globalmente dificultando novos cortes de juros. Para a abertura de hoje, espera-se uma queda semelhante aos mercados internacionais, embora alguns balanços possam apresentar oportunidades na bolsa local,” explicou Alex Carvalho, analista da CM Capital.

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