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Natal 2024: Mais consumidores compram, mas gastos crescem pouco

Apesar do aumento real de 1,3% em relação ao ano anterior, o índice ainda não atinge o patamar pré-pandemia de 2019

O Natal de 2024 deverá movimentar R$ 69,75 bilhões em vendas, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do aumento real de 1,3% em relação ao ano anterior, descontada a inflação, o índice está abaixo da expectativa projetada pela entidade em 2023 e ainda não atinge o patamar pré-pandemia de 2019, quando as vendas chegaram a R$ 73,74 bilhões.

Entre os fatores que limitam um crescimento mais expressivo estão a forte Black Friday deste ano, que antecipou parte das compras, e o impacto do aperto monetário iniciado pelo Banco Central em setembro. A elevação das taxas de juros, associada a medidas fiscais aquém das expectativas e à alta da inflação, também influenciaram negativamente o consumo.

“O cenário econômico desafiador reflete em um crescimento menos acentuado em relação ao Natal do ano passado, quando a alta real foi de 5,6%”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Setores de destaque

Os supermercados, hipermercados e atacarejos continuarão liderando o volume de vendas, com participação estimada de 45% (R$ 31,37 bilhões). Em seguida, estão as lojas de vestuário, calçados e acessórios, representando 28,8% (R$ 20,07 bilhões), e os estabelecimentos de artigos de uso pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).

Shopping centers: aumento de fluxo e vendas moderadas

Nos shopping centers, as vendas deverão crescer 6,9% em termos nominais, totalizando R$ 6,02 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A previsão é que o fluxo de visitantes aumente 6%, impulsionado por horários estendidos e campanhas promocionais.

Já o ticket médio por compra deverá ficar próximo à inflação, com uma alta de 5%, alcançando R$ 217,34 em média, contra R$ 207,04 em 2023.

Preferências de compra

Os produtos mais procurados pelos consumidores neste Natal são:

  • Vestuário (88%)
  • Perfumaria e cosméticos (80%)
  • Calçados (70%)

Comércio eletrônico mantém ritmo acelerado

O comércio on-line deve ser o segmento com o crescimento mais expressivo neste Natal. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê que as vendas digitais movimentarão R$ 23,33 bilhões, uma alta nominal de 9,91% em relação a 2023.

Esse desempenho reflete o crescimento observado na Black Friday de 2024, quando o e-commerce gerou R$ 9,3 bilhões em vendas, um avanço de 10,5% em comparação ao ano anterior, conforme dados da Confi.Neotrust em parceria com a ClearSale.

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