Estudo da consultoria Tendências mostra que a região Norte será a primeira do país a superar os efeitos da crise econômica do biênio 2015-2016. Conforme o levantamento, feito pela economista Camila Saito, o PIB do Norte deve crescer acima da média nacional e fechar 2019 0,6% maior em relação a 2014, último ano antes da recessão. O nível do PIB brasileiro deve permanecer 2,8% abaixo do registrado em 2014.
O Norte foi a região mais afetada pela retração da economia, com o PIB chegando a recuar 4,6% em 2016. Segundo o estudo, o resultado no biênio foi influenciado pelo baixo desempenho da indústria eletrônica, muito sensível ao ciclo econômico, e pela restrição das contas públicas dos estados. No Norte, 31,9% dos ocupados estão no setor público, contra 20,7% na média das outras regiões brasileiras.
A retomada, iniciada em 2017 e reforçada em 2018, foi puxada pela indústria extrativa e pelos setores concentrados na Zona Franca de Manaus (AM), fortemente impactados pela crise dos ano anteriores. O crescimento da economia do Norte deve se consolidar em 2019. A Tendências projeta uma alta do PIB de 3,5%, contra 2% da estimativa nacional.
A consultoria aponta quatro fatores para o desempenho consistente previsto para este ano: maturação de importantes projetos de mineração, principalmente no Pará; recuperação da indústria metalúrgica no Pará; recuperação da indústria da Zona Franca de Manaus, com a retomada dos setores industriais que dependem da alta do PIB, muito afetados no período de 2014-16; e o bom potencial de crescimento da agropecuária, uma vez que o Norte também se mostra como uma área de fronteira agrícola.
Além disso, o estudo aponta que a região beneficia-se do fato de ser bastante exposta ao mercado externo. A corrente de comércio exterior/PIB é de 34,2%, contra apenas 24,1% da média Brasil.