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Onda de calor pode afetar energia, agricultura e transporte, alerta BofA

Instituição financeira vê risco de inflação e impactos em serviços essenciais e produção agrícola

A intensa onda de calor prevista para atingir o Brasil entre setembro e novembro pode trazer consequências significativas para setores estratégicos da economia, como serviços de utilidade pública, agricultura e transporte. Em um relatório divulgado nesta quinta-feira (12), o Bank of America (BofA) alertou para o risco inflacionário no curto prazo, com especial atenção para o impacto no fornecimento de energia e no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo a análise, há mais de 50% de chance de que o país enfrente temperaturas elevadas e baixos índices de precipitação, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que pode pressionar o sistema energético, já que dois terços da matriz brasileira dependem de hidrelétricas. A escassez de chuvas pode elevar os custos de geração de energia, afetando diretamente o bolso dos consumidores e os preços no mercado.

Energia e inflação

O BofA estima que a ativação da bandeira vermelha patamar 1 nas contas de luz deve elevar o IPCA em 0,28 ponto percentual. Caso essa tarifa ainda esteja em vigor no final de 2024, o impacto na inflação pode chegar a 0,29 ponto percentual. No entanto, os analistas destacam que, apesar das preocupações, os níveis dos reservatórios de água permanecem em patamares confortáveis, e o governo está disposto a acionar a geração térmica para evitar maiores riscos de falta de energia.

Agronegócio e transporte

O setor agrícola, particularmente o plantio de grãos, também deve sentir os efeitos da seca, embora de maneira mais limitada no curto prazo. Apenas 4% da soja brasileira é plantada em setembro, com a maior parte do cultivo ocorrendo em outubro, quando as previsões indicam uma melhora nas chuvas. No entanto, se a seca persistir, os rendimentos da soja podem cair, afetando também o plantio do milho da segunda safra em 2025.

A logística de grãos, com destaque para empresas como Rumo e Hidrovias do Brasil, pode sofrer caso haja uma redução significativa na produção. A falta de chuvas no Mato Grosso, importante polo agrícola, pode resultar em perdas na safra de soja e atrasos no plantio do milho, impactando os volumes transportados por essas empresas.

Cenário para 2025

Em um cenário pessimista, as companhias de logística podem até manter a capacidade de transporte em funcionamento, mas com menores volumes e receitas, o que traria impactos financeiros. A depender da intensidade e duração da seca, os efeitos podem se estender até a próxima safra, comprometendo os resultados das principais indústrias do agronegócio e da infraestrutura de transporte.

O Bank of America conclui que, embora os riscos sejam reais, ainda há espaço para uma recuperação, especialmente se as previsões de chuvas em outubro se confirmarem, aliviando a pressão sobre o setor agrícola e energético.


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