O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou nesta quarta-feira (3) de audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para explicar pontos relevantes da reforma da Previdência aos deputados. Segundo Guedes, reformar o sistema de aposentadorias é importante para conter o déficit da Previdência e economizar recursos que poderiam ser melhor aplicados — como na educação, por exemplo. O ministro da Economia alertou que o Brasil gasta R$ 700 bilhões com o sistema previdenciário e R$ 70 bilhões com educação.
A participação de Guedes na CCJ é um dos primeiros passos para o começo da tramitação do projeto, que traz mudanças importantes para o sistema previdenciário. Um dos pontos é o fim dos privilégios. Guedes ressaltou que o texto apresentado pelo governo quer nivelar os benefícios pagos aos aposentados, tendo em vista que o Legislativo recebe aposentadoria 20 vezes maior do que um contribuinte do INSS – parlamentares se aposentam com salário de R$ 28 mil, enquanto a Previdência geral paga R$ 1,4 mil.
Outra questão abordada, e criticada pelos deputados, foi a idade mínima para obter o benefício pago pelo INSS. Homens que ganham até um salário mínimo poderão se aposentar aos 65 anos. Mulheres, aos 62. Segundo Guedes, ambos precisarão contribuir por pelo menos 20 anos. O ministro ressaltou que, ao contrário do que foi afirmado por deputados da oposição, a reforma da Previdência não deve prejudicar os mais pobres. “A idade mínima atinge a moça de classe média alta, que fez concurso, nunca foi demitida e se aposenta aos 55 anos”, afirmou o ministro da Economia.
Guedes ainda destacou a possibilidade de o governo criar um imposto sobre grandes fortunas durante a discussão da reforma tributária. “Isso é uma questão de tempo. Estamos tentando abrir a porta para um futuro diferente para gerações futuras”.