Lançamento de mísseis balísticos reflete também nas ações das petroleiras brasileiras; analistas alertam para possíveis pressões inflacionárias globais
A cotação do barril de petróleo registrou forte alta nesta terça-feira (1º), impulsionada pelo lançamento de mísseis balísticos pelo Irã contra Israel. O preço do Brent para entrega em dezembro subia 4,23% às 14h27, sendo negociado a US$ 74,73, uma elevação expressiva em comparação ao mês de setembro, quando o valor do barril girava em torno de US$ 70.
Os ataques intensificaram as tensões geopolíticas no Oriente Médio, uma das regiões mais estratégicas para a produção de petróleo. As Forças Armadas israelenses, em comunicado divulgado via Telegram, informaram que a população civil estava liberada para retomar suas atividades nas ruas, após o término da ofensiva.
Apesar da desaceleração dos ganhos logo após o ataque, o mercado de petróleo continuou em alta, com o WTI para novembro registrando elevação de 3,04%, a US$ 70,25, e o Brent para dezembro subindo 2,80%, a US$ 73,17, às 14h55 (horário de Brasília).
O aumento no preço do petróleo refletiu também no desempenho das ações das petroleiras brasileiras. A Petrobras (PETR4) subia 3,94%, enquanto a PRIO (PRIO3) e Brava (BRAV3) avançavam 1,85% e 3,69%, respectivamente.
Mercado sob alerta
Especialistas da AJ Bell ressaltaram que o aumento expressivo nos preços do petróleo pode desencadear pressões inflacionárias globais, uma vez que o Oriente Médio abriga seis dos 15 maiores produtores de petróleo do mundo. A escalada dos conflitos pode também aumentar a procura por ativos considerados mais seguros, como o dólar e o ouro.
Nas semanas anteriores ao ataque, o barril de Brent vinha registrando queda, com a cotação oscilando por volta de US$ 70. Esse patamar mais baixo gerou questionamentos no mercado sobre a demora da estatal brasileira Petrobras em reduzir os preços dos combustíveis. Agora, com a disparada dos preços do petróleo, operadores do setor acreditam que essa redução se tornará ainda mais improvável.
Contexto do conflito
Os ataques do Irã foram uma retaliação à ofensiva israelense contra militantes do Hezbollah no Líbano, que resultou na morte de líderes do grupo. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ordenou o lançamento dos mísseis contra Israel, e autoridades iranianas afirmaram estar prontas para qualquer resposta militar.
Os Estados Unidos já indicaram apoio a Israel e alertaram sobre as graves consequências de uma escalada militar direta entre Irã e Israel. O líder supremo iraniano também declarou que, caso Israel decida retaliar, a resposta será “esmagadora”.
As tensões continuam a escalar, com os desdobramentos do conflito impactando diretamente os mercados globais, em especial o setor energético.