O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda pelo segundo trimestre consecutivo e entrou em nova recessão técnica. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a queda foi de 0,1% no terceiro trimestre do ano, em relação ao segundo trimestre, que registrou queda de 0,4%.
Apesar da alta de 1,1% nos serviços, que respondem por mais de 70% do PIB nacional, o índice foi influenciado para baixo principalmente por conta da queda de 8,0% na agropecuária, consequência do encerramento da safra de soja, que também acabou impactando as exportações, e também pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços. Já a indústria ficou estável (0,0%).
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que a colheita da soja, por ser muito mais concentrada nos dois primeiros trimestres, impacta no resultado. “Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, relaciona Palis.
A equipe econômica voltou a afirmar que mais importante que o número em si, é a qualidade do PIB. “Há elevação da taxa de poupança e da taxa de Investimento (FBCF/PIB), retornando o patamar do começo da década passada. Dessa forma, salienta-se a melhora na qualidade do crescimento do PIB brasileiro”.