O IBGE divulgou nesta quarta-feira (3) que o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 3,2% no quarto trimestre de 2020, mas encerrou o ano com queda de 4,1%, totalizando R$ 7,4 trilhões. O resultado representa o maior recuo anual da série iniciada em 1996. Considerando dados dos anos anteriores, compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi o maior tombo desde 1990, quando o PIB desabou 4,35% com o confisco das poupanças durante o governo presidente Fernando Collor de Mello. A retração interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando a economia acumulou alta de 4,6%. O PIB per capita alcançou R$ 35.172 no ano passado, baixa recorde de 4,8%.
Em 2020, segundo o IBGE, os serviços encolheram 4,5% e a indústria, 3,5%. Somados, esses dois setores representam 95% da economia nacional. Por outro lado, a agropecuária cresceu 2%. Pelo lado da demanda, todos os componentes recuaram em 2020, na comparação com o ano anterior. O consumo das famílias teve o menor desempenho da série histórica (-5,5%) pressionado principalmente pela piora no mercado de trabalho e a necessidade de distanciamento social.
A queda no consumo do governo também foi recorde (-4,7%), sob impacto do fechamento de escolas, universidades, museus e parques ao longo do ano. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 0,8%, encerrando uma sequência de dois anos positivos. A balança de bens e serviços registrou contração de 10% nas importações e 1,8% nas exportações.
“O resultado é efeito da pandemia do novo coronavírus, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca Palis.