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Preços da indústria saltam 19,40% em 2020, mostra IBGE

O IBGE divulgou nesta sexta-feira (29) que o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, subiu 19,40% em 2020 – a maior alta desde 2014 e 3,6 vezes mais que a média anual de 5,36% entre 2014 e 2019. Em dezembro, a variação foi de 0,41% em relação a novembro, décima sétima oscilação positiva consecutiva, mas inferior ao índice de novembro (1,38%). No mês, 17 das 24 atividades apresentaram avanço de preços, contra 18 em novembro.

“Há dois movimentos importante em dezembro: por um lado, refino de petróleo teve variação positiva e foi a principal influência no indicador mensal; e por outro, alimentos tiveram impacto negativo devido a uma valorização do real em dezembro”, apontou Alexandre Brandão, gerente do IPP.

Brandão destacou que entres os principais fatores para a alta dos preços no ano está a depreciação de 25,2% do real, o que tem impacto nos setores exportadores. O setor de alimentos teve a maior influência entre todos os outros, com impacto de 7,11 pontos percentuais.

“Ao longo do ano, houve alguns comportamentos importantes de alguns segmentos como a grande demanda chinesa por carne, o que aumentou o preço do produto no mercado internacional. Houve problema de oferta da soja, elevando os preços ao longo de 2020. Além da questão do arroz, com disparada dos preços em meados do ano, devido a escassez de oferta e aumento dos preços internacionais”, acrescentou Brandão.

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado do setor de alimentos foram resíduos e derivados de soja, carnes bovinas, óleo de soja e arroz. “São produtos que o país exporta bastante – em particular derivados de soja e carnes bovinas – além do arroz, que teve problema de oferta, além de aumento de preços no mercado internacional”, frisou o gerente do IPP.

Os demais setores que ajudam a explicar a alta foram outros produtos químicos, metalurgia e indústria extrativa. Mas Brandão ressaltou que refino de petróleo e produtos de álcool, que é o segundo setor de maior peso na indústria brasileira, depois de alimentos, foi o único setor que fechou 2020 com variação negativa. Isso pode ser explicado pelo comportamento do óleo bruto de petróleo no mercado internacional e à política energética brasileira.

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