IPCA-15 acumula 4,77% em 12 meses e 4,35% no ano. Topo da projeção para 2024 é de 4,5%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,62% em novembro e ficou 0,08 ponto percentual, acima do resultado de outubro (0,54%), divulgou nesta terça-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Prévia da inflação oficial, medida pelo instituto, o resultado acumula em 12 meses alta de 4,77%, furando em 0,27 ponto percentual o teto superior da meta de inflação de 4,5% para 2024. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,35%, deixando ainda uma folga 0,15 ponto percentual.
Em novembro de 2023, a taxa foi de 0,33%. O IPCA-15 de novembro foi calculado com base em preços coletados entre 12 de outubro e 12 de novembro, em comparação com o período de 14 de setembro a 11 de outubro.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em novembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Alimentação e bebidas (1,34% e 0,29 p.p.), grupo de maior peso no índice, que registrou aumento de preços pelo terceiro mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de -0,01% de Educação e o aumento de 0,83% em Despesas Pessoais.
No grupo Alimentação e Bebidas (1,34%), alimentação no domicílio acelerou de 0,95% em outubro para 1,65% em novembro. Contribuíram para esse resultado os aumentos do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).
A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,66% para 0,57%, no mesmo período, em virtude da alta menos intensa da refeição (de 0,70% em outubro para 0,38% em novembro). Por sua vez, a variação do lanche aumentou de 0,76% para 0,78%.
Em Despesas Pessoais (0,83% e 0,08 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pela alta do cigarro (4,97%), devido ao aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro.
No grupo Habitação (0,22% e 0,03 p.p.), a energia elétrica residencial desacelerou de 5,29% em outubro para 0,13% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela, a partir de 1º de novembro, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram verificados os seguintes reajustes tarifários:
- reajuste de 4,97% em Goiânia (5,72%), a partir de 22 de outubro;
- redução de 2,98% em Brasília (-1,36%), a partir de 22 de outubro;
- redução de 2,88% em uma das concessionárias de São Paulo (0,35%), a partir de 23 de outubro.
No grupo dos Transportes (0,82%), o subitem passagem aérea subiu 22,56% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p.). O subitem ônibus urbano aumentou 1,34%. Em combustíveis (0,03%), houve aumentos nos preços do gás veicular (1,06%) e da gasolina (0,07%), enquanto o etanol (-033%) e o óleo diesel (-0,17%) reduziram os preços.
Ainda em Transportes, em São Paulo (0,73%), foram registradas reduções de -9,40% no trem e no metrô, e -4,44% na integração transporte público. Os resultados destes subitens são decorrentes da apropriação da gratuidade concedida a toda população na eleição municipal de outubro e nos dias de realização das provas do ENEM (03/11 e 10/11).
Quanto aos índices regionais, as onze áreas de abrangência tiveram alta em novembro. A maior variação foi observada em Recife (0,94%), por conta da alta da gasolina (6,34%) e da passagem aérea (21,12%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,25%), que registrou queda nos preços da energia elétrica residencial (-1,67%) e da gasolina (-1,31%).
(com IBGE)