Presidente voltou a acusar a empresa de ter “uma ganância enorme” e uma margem de lucro “exagerada”

O presidente Jair Bolsonaro avaliou nesta segunda-feira (6) a privatização da Petrobras como “muito difícil” e estimou que o processo de venda da empresa pode levar até quatro anos. Em entrevista ao Terraviva, o presidente disse ainda que uma eventual venda da estatal dependerá de um modelo correto, lembrando ser impossível simplesmente vender a empresa pelo maior lance.

Na entrevista, o presidente reiterou alegações de que os lucros da Petrobras estão inflacionados e que, enquanto o governo tenta fazer mudanças na empresa, ela está sendo travada por uma “burocracia massiva”.

Bolsonaro admitiu que os preços dos combustíveis estão em patamares elevados, mas indicou que vários fatores interferem, entre eles a margem de lucro da Petrobras. “A Petrobras tem uma ganância enorme. O lucro da Petrobras é algo exagerado. Você vê: outras petrolíferas do mundo baixaram sua margem de lucro para exatamente ajudar os seus países. A Petrobras tem aumentado a margem de lucro por ocasião das crises. Continua da mesma maneira”, criticou.

O presidente afirmou que a estatal era “refém de acionistas minoritários” e que os lucros da Petrobras estavam ajudando a pagar a aposentadoria de pessoas fora do Brasil às custas da população brasileira afetada pelo aumento dos preços dos combustíveis.

Enaltecendo Guedes

O presidente também fez elogios ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e defendeu a permanência dele num eventual 2º mandato: “Espero que nos próximos dias o Paulo Guedes possa resolver a questão dos combustíveis no tocante a impostos pelo Brasil. Ele já se demonstrou favorável a isso, tem trabalhado no tocante isso. Espero que nos próximos dias, até esta semana mesmo, tenhamos uma boa notícia sobre preços dos combustíveis no Brasil”.