Em agosto de 2021, a produção industrial brasileira caiu 0,7% frente a julho, no terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 2,3%, indica a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (5). O setor acumulou ganho de 9,2% no ano e de 7,2% nos últimos 12 meses, intensificando o crescimento de julho (7,0%) e mantendo trajetória ascendente desde agosto de 2020 (-5,7%).
O recuo de 0,7% da atividade industrial, frente ao mês anterior, teve perfil disseminado de taxas negativas, alcançando três das quatro das grandes categorias econômicas e 15 dos 26 ramos pesquisados. Já em relação a agosto de 2020, houve queda também de 0,7%, interrompendo os onze meses de taxas positivas consecutivas nessa comparação.
A queda registrada em agosto foi disseminada por três das quatro grandes categorias econômicas e pela maioria (15) dos 26 ramos investigados pela PIM. O gerente da pesquisa, André Macedo, ressalta que os resultados seguem refletindo os efeitos da pandemia de Covid-19. “Há um desarranjo da cadeia produtiva, que faz com que haja encarecimento dos custos de produção e desabastecimento de matérias-primas para produção do bem final. Isso vem trazendo, pelo lado da oferta, maior dificuldade para o avanço do setor”, diz.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de outros produtos químicos (-6,4%), intensificando os recuos de julho (-1,8%) e junho (-1,0%); coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%), interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas, período em que acumulou alta de 9,8%; veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%), marcando o quarto mês seguido de queda na produção e acumulando nesse período perda de 9,5%; e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,3%), eliminando parte do avanço de 12,4% verificado no período maio-julho de 202.
Outras contribuições negativas importantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,2%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-1,1%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,6%) e de celulose, papel e produtos de papel (-0,8%).
Por outro lado, entre as onze atividades em alta, produtos alimentícios (2,1%), bebidas (7,6%) e indústrias extrativas (1,3%) exerceram os principais impactos positivos em agosto de 2021. Vale destacar também os resultados positivos assinalados pelos ramos de metalurgia (1,1%), de produtos de madeira (3,0%) e de produtos têxteis (2,1%).