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Produção sustentável pode impulsionar PIB global e combater a fome

Relatório da Deloitte destaca o papel estratégico do Brasil e aponta que mudanças no sistema alimentar podem gerar US$ 121 trilhões até 2070, além de reduzir a fome e as emissões globais

A transformação do sistema alimentar global em direção à sustentabilidade pode ser um motor de crescimento econômico, com potencial para elevar o Produto Interno Bruto (PIB) global a US$ 121 trilhões até 2070. Além disso, essa mudança pode beneficiar mais de 1,6 bilhão de pessoas atualmente subnutridas e reduzir os preços globais dos alimentos em 16%, de acordo com um relatório da Deloitte, intitulado Turning Point: Feeding the World Sustainably.

O estudo destaca a necessidade de aumentar em 40% a produção de calorias, enquanto limita o aquecimento global a menos de 2°C. Cerca de 20% dessa produção extra poderia vir de regiões com altos índices de fome, beneficiando aproximadamente 300 milhões de pessoas na África Subsaariana, Sudeste Asiático e América do Sul.

Paulo de Tarso, sócio da Deloitte na área de consumidores, enfatiza que a mudança requer um comportamento mais eficiente de todos os envolvidos, com o uso de tecnologias avançadas, antecipação de tendências meteorológicas e energias renováveis. Para atingir a sustentabilidade, o relatório aponta cinco iniciativas principais, nas quais o Brasil, um dos maiores produtores de soja, milho e carne bovina, tem um papel estratégico.

Entre as ações propostas estão acelerar a inovação tecnológica, proteger ecossistemas e restaurar áreas degradadas pela produção alimentar, reduzir as emissões do setor e estimular a produção de biocombustíveis. Além disso, a redução do desperdício e a educação do consumidor para escolhas alimentares mais saudáveis e menos poluentes são essenciais para alcançar a sustentabilidade.

O Brasil, com seu papel central na produção agrícola global, pode se beneficiar dessas transformações adotando práticas mais sustentáveis, como a agroflorestal e o manejo sustentável das culturas. O uso de biocombustíveis e suplementos alimentares para reduzir as emissões de metano do gado também são apontados como medidas viáveis.

O estudo ainda alerta sobre os riscos da inação. Caso não haja mudanças, a crise climática pode custar até US$ 190 trilhões à economia global entre 2025 e 2070. A produção alimentar primária, como agricultura, pecuária, laticínios e pesca, pode sofrer perdas de até US$ 13 trilhões, enquanto os setores de manufatura e serviços alimentares também poderiam perder US$ 12 trilhões. No Brasil, essas perdas seriam significativas para as indústrias de produção primária.

Por fim, o relatório conclui que a sustentabilidade alimentar global exige uma transformação sistêmica abrangente, essencial para garantir a segurança alimentar a longo prazo.

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