Levantamento aponta 90% de avaliação negativa entre economistas; pacote fiscal e contas públicas estão entre os principais pontos de crítica
Uma pesquisa realizada pela consultoria Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), revelou que 90% dos agentes do mercado financeiro avaliam negativamente o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O índice é o mesmo registrado em março de 2023, nos primeiros meses do atual governo. Apenas 3% consideram a gestão positiva, enquanto 7% avaliam como regular.
Por outro lado, o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi avaliado de forma mais equilibrada: 41% dos entrevistados apontaram uma visão positiva, enquanto 24% consideraram seu desempenho negativo.
O melhor momento do governo, segundo a série histórica da Quaest, ocorreu em julho de 2023, quando a tramitação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária no Congresso gerou expectativas otimistas. Esses projetos, voltados para simplificar o sistema tributário e garantir maior equilíbrio fiscal, foram vistos como fundamentais para o crescimento econômico do país.
Desde então, no entanto, a deterioração das contas públicas e medidas consideradas insuficientes para conter gastos pioraram a percepção do mercado. No final de novembro, o governo anunciou um pacote fiscal com economia prevista de mais de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, mas o anúncio foi mal recebido. Entre as críticas está a combinação do pacote com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para contribuintes que ganham até R$ 5 mil, o que foi visto como uma decisão contraditória.
A pesquisa ouviu economistas de 105 fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro. Por se tratar de uma consulta a um público específico e sem cálculo de amostragem, o levantamento não apresenta margem de erro nem índice de confiabilidade.