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Quão de esquerda será o governo Lula?

Que a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva será de esquerda, todos sabemos. A questão que aflige banqueiros e empresários é: qual será a dose de esquerdismo? Na reta final da campanha, muitos eleitores de centro apostaram na ideia segundo a qual Lula era o líder de uma frente ampla e, por isso, faria um governo de centro. Nos últimos dias, porém, esses mesmos eleitores passaram a acreditar em uma administração mais parecida com a de Dilma Rousseff do a do primeiro mandato petista.

Algumas declarações do presidente eleito e principalmente as nomeações de Fernando Haddad e Aloizio Mercadante diminuíram a moral da chamada Faria Lima. A ponto de acreditar em qualquer boato que tenha fundo de esquerdismo. Um exemplo foi um post falso que circulou nesta semana, atribuído a Haddad e defendendo a criação de uma moeda única entre os países da América Latina.

Ainda não existem declarações oficiais sobre essa ideia – e muito provavelmente algo do gênero não passaria no Congresso Nacional. Mas precisamos discutir um pouco esse tema. Uma moeda forte é sinal inequívoco de economia sólida e crescente. Nenhum país do mundo, na história recente, conseguiu crescer acima da média com uma moeda fraca. O Brasil dos últimos anos é um exemplo claro: desde que o dólar rompeu a barreira de R$ 4,50, o ritmo de expansão da economia brasileira foi comprometido.

É ingenuidade acreditar que a união de economias pobres, como as latino-americanas, todas apresentando fraqueza cambial, vai resultar em uma moeda forte e única. A Europa, que congrega países que levam a sério a responsabilidade fiscal, tem seus problemas com o Euro. Recentemente, a crise na Grécia balançou o sistema, bancado pelas nações ricas do continente.

Imagine o que poderia acontecer conosco se tivéssemos uma moeda compartilhada, por exemplo, com a Argentina. Os argentinos devem enfrentar, em 2022, cerca de 100 % de inflação, contra 5,79 % no Brasil. Na prática, o Brasil estaria drenando suas riquezas para resolver os problemas dos vizinhos (lembremos que o PIB brasileiro representa mais de 50 % das riquezas somadas na América do Sul).

Esse assunto só está sendo discutido por várias pessoas porque há uma desconfiança de que o próximo governo será muito de esquerda. Esse pessimismo pode ser fatal para o desempenho econômico de 2023, cujas previsões não são muito animadoras.

Quanto mais Lula demora para mostrar suas cartas, maior será esse pessimismo. Mas o que segura a divulgação de mais nomes para o ministério é a aprovação da PEC da Transição (ou da Gastança). O presidente da Câmara, Arthur Lira, tem interesse na nomeação de ministros e está usando seu cacife para aprovar pelo menos um nome da Esplanada dos Ministérios.

Esse impasse é ruim para a economia. Mesmo que a totalidade dos nomes divulgados fosse gerar desaprovação entre o empresariado, ainda assim o pragmatismo falaria mais alto. E, no dia seguinte, os empresários já estariam mais acostumados com o potencial estrago – e procurariam uma forma de tocar a vida e ganhar dinheiro,

Nesta tocada, muitos ganharam dinheiro dentro de uma agenda esquerdistas. Mas precisamos lembrar como começou a economia em 2003 e como encerrou em 2006. Se o cenário melhorar, será que os empresários vão deixar o antipetismo de lado e investir? Afinal de contas, sempre ouvimos que empresas não têm ideologia e que o dinheiro não vem carimbado com a efígie dos líderes comunistas ou capitalistas.

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