Estiagem deve comprometer transporte e escoamento de produtos da Zona Franca
A seca extrema que atinge o Amazonas preocupa lojistas de todo o país. Isso porque o transporte e o escoamento de produtos da Zona Franca pode resultar na falta de mercadorias para a Black Friday e o Natal.
A Zona Franca de Manaus é responsável pela produção de televisores, celulares, videogames, computadores, condicionadores de ar e vários outros produtos que abastecem o comércio do país e costumam ser bastante procurados nesse período de fim de ano. Por causa da situação, as empresas de navegação estão cobrando “taxas de seca”, que variam entre R$ 3 mil e R$ 10 mil por contêiner. Mesmo assim, essas empresas não fazem mais reservas porque temem que a situação se complique ainda mais, já que o nível das águas está baixando cerca de 30 centímetros por dia, segundo a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem.
No Amazonas, o transporte de mercadorias acontece em parte por via fluvial, e em parte por via terrestre. O estado costuma enfrentar secas intensas mas, neste ano, especialistas afirmam que a estiagem esperada entre outubro e dezembro chegou mais cedo e pode durar mais que o normal.
O governador Wilson Lima (União Brasil) se reúne nesta segunda-feira (25) com representantes do governo federal para encontrar uma solução tanto para os moradores que têm sofrido com o problema, quanto para o comércio, que pode amargar perdas inestimáveis. A situação deve afetar a distribuição de água e alimentos para cerca de 500 mil pessoas até o final de outubro. A estimativa é que o estado precise de ao menos R$ 100 milhões em ações emergenciais. “Nunca vimos algo assim. É a pior seca da história”, afirmou o governador.